Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30/03), o novo presidente da Coop, Pedro Luiz Ferreira de Mattos, falou sobre os preços dos produtos em alta e disse que a rede, que conta com 31 supermercados, 23 deles só no ABC, pretende mexer no mix de produtos e com isso aumentar o sortimento, para dar opções ao consumidor. A cooperativa também quer reforçar a participação da marca própria nos tíquetes da Coop. Essas ações caminham junto com a injeção de tecnologia para aumentar as vendas através do e-commerce, modalidade que já cresceu 45 vezes desde 2019 e que tem meta de crescer pelo menos mais cinco vezes.
“Os preços dos alimentos estão altos, não têm previsão de cair e só tem um jeito de ajudar o consumidor que é mexer no mix de produtos e oferecer opções. Podemos ajustar o sortimento para ter uma oferta maior. O consumidor também vai ter que fazer escolhas e a gente quem que estar pronto para ter isso nas nossas lojas”, disse o novo presidente da Cooperativa de Consumo, que assume neste mês de abril o comando da rede supermercadista.
A Coop tem uma grande linha de produtos que ostentam sua marca, mas a marca própria apesar de ser muito bem aceita, ainda não está no nível que a diretoria da cooperativa entende adequado. Segundo Mattos hoje a participação da marca própria no total de vendas da cooperativa é de 7%. “Não estamos satisfeitos com a participação. Em 2018 estabelecemos como meta chegar a esses 7% e chegamos, agora a nova meta é dobrar essa participação”, disse o presidente.
Pedro Mattos reforçou o que já havia mencionado ao RDTv no dia 15 de março quanto aos investimentos no e-commerce que apesar de ter crescido 45 vezes desde 2019 para cá, muito por conta da pandemia, representa hoje apenas 1% do total de vendas. “Queremos crescer cinco vezes no digital, consolidar os canais que já existiam como o Coop Retira, Coop Entrega e delivery das drogarias em uma só plataforma digital, que vai trazer para o cliente tudo em um único canal de interação e serviços”, disse o gestor. A Coop fechou 2021 com movimento de R$ 2,7 bilhões e com esse investimento nos canais digitais de vendas a meta é fechar 2022 superando os R$ 3 bilhões.
A estimativa é que o tíquete médio na venda digital seja de duas a três vezes o tíquete médio da venda física. Com o alcance da meta de aumentar em cinco vezes o comércio digital a Coop passaria dos atuais R$ 12 milhões, faturados nesta modalidade, para R$ 70 milhões.
Expansão
Enquanto a Coop planeja aumentar as vendas online, no ambiente físico também há planos de ampliação. Este ano a cooperativa já entregou uma drogaria nova e tem planos para mais 10 farmácias, sendo que cinco delas já estão contratadas. No ano passado foram inauguradas 19 drogarias da marca em lojas do supermercado BIG, além de outras quatro lojas de rua, uma em São Caetano, duas em Santo André e uma em São Bernardo.
A rede supermercadista espera inaugurar até o final deste ano mais um supermercado na avenida Dom Pedro I, em Santo André; as obras estão em andamento. Somente nas dez novas drogarias que devem ser abertas esse ano e o novo supermercado em Santo André a Coop deve gerar 270 empregos diretos. A rede ainda implanta uma nova identidade visual da marca e vai distribuir este ano, à partir de maio, R$ 12,6 milhões aos cooperados.
Assumindo a gestão no lugar de Marcio Valle, Pedro Mattos também quer deixar sua marca no comando da cooperativa. “Minha marca será acreditar na força dos processos bem definidos e planejados, assim se conserva o conhecimento. Isso implica em eficiência operacional, em treinamento e em entender e atender o cliente”, completa.
O número de cooperados também teve um aumento vertiginoso durante a pandemia, um acréscimo de 138.395 associações em 2021, chegando ao acumulado de 638 mil cooperados.