Em segundo turno, a Câmara de Santo André aprovou o projeto de lei que garante o reajuste dos servidores públicos em 7%, dividido em duas parcelas de 3% e 4% que serão pagos em maio e setembro, respectivamente. Após a sessão desta quinta-feira (17/03), os servidores realizaram uma assembleia no Paço e foi definido que haverá paralisação parcial em alguns setores, reunião do comando de greve e uma passeata que será somada a uma paralisação maior da categoria. Serra rebate os sindicalistas ao afirmar que “não respeitam o resultado da eleição” e que o Sindicato “não tem representatividade”.
A sessão durou menos de uma hora e trinta minutos. Durante o debate sobre o assunto, o vereador Ricardo Alvarez (PSOL) chegou a pedir o adiamento por uma sessão para que a mesa de negociações entre o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) Santo André e a Prefeitura fosse retomada, mas a maioria dos parlamentares rejeitou a proposta.
Na sequência também foi rejeitada uma emenda de Alvarez pedindo que o reajuste fosse de 17%, percentual pedido pela categoria. Na sequência houve a votação, foram 17 votos favoráveis e quatro contrários: Alvarez, Dr. Pedro Awada (Patriota), Eduardo Leite e Wagner Lima (ambos do PT). Os parlamentares que votaram contra a proposta afirmaram que não poderiam aprovar um projeto “que não foi debatido e aprovado pelos servidores”. Nenhum vereador governista usou a tribuna para defender a proposta.
A diretora do Sindicato, Deisy Dias Cunha, usou a Tribuna Livre da Câmara e criticou a votação sem negociação. “Eu estou indignada, porque é um rompimento da mesa de negociações que vinha tendo com o próprio secretariado do prefeito. Conversamos com os secretários, com Finanças, com Administração, levando a conversa aos trabalhadores, trazendo as informações. Não estamos pedindo o aumento real, pedimos o reajuste pela inflação”, explicou.
Uma assembleia foi realizada no Paço, na sequência da sessão. Foi decidido por uma paralisação parcial em vários setores. A ideia é que um setor por dia tenha seus serviços paralisados. A ordem ainda será definida. O Sindicato ainda definirá os próximos passos para uma possível greve e em duas semanas ocorrerá uma grande manifestação.
Prefeito considera que sindicato age de maneira “politiqueira”
O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), rebateu as críticas que recebeu do sindicato e relatou que quem estava protestando eram os “sindicalistas” e não os servidores, que segundo o chefe de Executivo estão apoiando as decisões. Além disso, o tucano considera que tal ação tem como base uma forma “politiqueira” para ocorrer.
“Não teve condições (para o aumento real). Tem a questão do precatório que eles nunca protestaram quando (a gestão) era da linha ideológica deles, eles ficaram adormecidos quando a cor era mais vermelha. E com todo o respeito, o Sindserv hoje não tem a representatividade, porque é um instrumento político. Quem discurso o tempo todo foi o vereador do PSOL, o outro que discursou foi candidato a vereador pela oposição. Então, eu respeito muito os movimentos, eu respeito muito os servidores, muito”, disse o prefeito que considera que o Sindicado “não respeita o resultado das eleições”.
Serra afirmou que nos próximos dias enviará ao Legislativo um projeto para a reclassificação de mais 42 categorias, algo que será realizado em partes nas próximas semanas e afirmou que a Prefeitura passa por um processo de retomada financeira, assim como ocorre com diversos setores a partir da redução dos dados da covid-19.