Um requerimento sobre o carro oficial da presidência da Câmara de Santo André causou polêmica e um debate de mais de 50 minutos durante a sessão dessa terça-feira (15/03). O documento assinado pelo presidente Pedrinho Botaro e o vereador Márcio Colombo (ambos do PSDB) para a extinção do veículo não caiu nas graças dos demais parlamentares. Muitos consideraram que a proposta seria usada para fritar o trabalho feito nos bairros. Sem força para ser aprovado, a ação foi retirada.
A ideia de Colombo, que recebeu o apoio de Botaro, visava entregar o Ford Fusion 2007 para a Prefeitura, com o objetivo de gerar economia. O veículo não é utilizado há três anos. Antes deste período o mesmo só rodou por seis oportunidades. Atualmente está estacionado com uma lona que o cobre.
Apesar do foco do requerimento ser apenas sobre o chamado “carro de luxo” da Presidência, os demais vereadores entenderam que a proposta visava manchar a imagem dos demais parlamentares que usam os carros utilitários disponibilizados pelo Legislativo para o trabalho do dia a dia.
Por 50 minutos os vereadores Edilson Santos (PV), Eduardo Leite e Wagner Lima (ambos do PT), Bahia do Lava Rápido e Bahia Evilásio (ambos do PSDB), Lucas Zacarias (PTB) e Rodolfo Donetti (Cidadania) utilizaram a tribuna para repudiar a ação. Todos consideraram que o assunto deveria ser debatido internamente, antes de ter algum requerimento ou projeto sobre o assunto.
Botaro tentou articular afirmando que o veículo não era usado e que o requerimento não se tratava dos demais carros oficiais, inclusive relembrou a busca por uma nova licitação para aluguel de veículos, assim evitando gastos com diversos contratos de manutenção, porém as críticas seguiram.
Colombo tentou emplacar a mesma linha de entendimento com os demais parlamentares, falando sobre sua defesa de que os carros oficiais sejam disponibilizados para a Prefeitura para levar as equipes de Saúde da Família, mas o clima continuou quente entre os vereadores.
O líder de governo, Carlos Ferreira (PSB) tentou apaziguar os ânimos nos bastidores e chegou a pedir a suspensão dos trabalhos para uma conversa interna, mas após verificar que ainda dava tempo de um entendimento sem paralisação dos trabalhos, então retirou o pedido.
Por fim, Márcio Colombo acabou retirando o requerimento da pauta, assim evitando a votação do mesmo no final da sessão. A retirada do processo foi aplaudida pelos vereadores.