A moradora de São Bernardo, Márcia Luzia Milan, recebeu no começo do ano o Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI) após funcionários da Enel – concessionária de energia elétrica – trocarem os medidores de sua residência. A reclamante está sendo cobrada do período de dezembro de 2019 a dezembro de 2021 e seu recurso administrativo foi indeferido.
Os funcionários da concessionária visitaram a residência em dezembro do ano passado, e realizaram a troca do medidor. Márcia relata que seu relógio estava em perfeito estado e que a troca foi desnecessária, e que por morar sozinha, o consumo de energia é baixo. Os funcionários trocaram todos os relógios do condomínio e seus vizinhos também receberam a notificação de irregularidade.
Márcia enviou uma carta de quatro páginas para a empresa, entrou em contato com o Procon, abriu reclamação no Reclame Aqui e entrou com recurso administrativo, mas foi indeferido. O valor cobrado é de R$ 4 mil, alto para a aposentada. “Na carta eu enviei todas minhas contas de luz e água para mostrar as contas zeradas porque fico muito tempo fora, mas deu três dias e foi indeferido”, diz.
A moradora recebeu a resposta da Enel e foi diretamente na unidade mais próxima para tentar resolver o caso. Já na unidade, uma funcionária orientou para que aguardasse 10 dias para outra análise da empresa. Márcia recebeu a ameaça de corte de luz caso não pague o valor da cobrança e foi orientada pelo Procon para procurar um advogado do consumidor. “Pra mim a solução é cancelar essa injustiça. Eu só estou esperando cortarem a minha luz porque não sei o que eu faço”, relata.
Já a moradora Telma Leite relata que sua conta de energia está alta, apesar de passar o dia sozinha em casa. Com Telma moram mais três pessoas, que trabalham o dia todo, por isso o baixo consumo de energia. “Tem mês que minha conta chega a R$ 600, mas não justifica já que maior parte do tempo estou sozinha”, diz.
Resposta da empresa
Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informa que no caso da Márcia foi realizado uma inspeção no dia 28/12/2021 e identificado que o consumo registrado era inferior ao real. O cálculo da cobrança foi realizado com base nas diretrizes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e, após análises, o valor foi alterado. A companhia diz que entrou em contato com Marcia e ofereceu um plano de parcelamento. Para formalizar o acordo, a cliente deverá entrar em contato com a Central de Cobrança (11 2195-2991) da empresa.
Em relação ao caso da Telma, a distribuidora informou que entrou em contato com a cliente e explicou que os valores são devidos e reforçou que desde o mês de novembro/21, um parcelamento está sendo incluído nas faturas, o que justifica o aumento observado.