Brasileira relata ajuda para refugiados da Ucrânia

Desde a madrugada da última quinta-feira (24/2), o mundo acompanha os desdobramentos da invasão das forças armadas da Rússia na Ucrânia. Milhões de pessoas buscam abrigo em países vizinhos e diversos voluntários se deslocaram para ajudar os refugiados. Entre os que auxiliam as vítimas do conflito está a brasileira Clara Magalhães Martins, que ao RDtv desta segunda-feira (28/2) relatou os principais problemas e desafios enfrentados na fronteira entre Ucrânia e Polônia.

Clara está na Hungria para auxiliar outros brasileiros que entraram em contato (Foto: Reprodução)

Formada pela Faculdade de Direito de São Bernardo e com familiares que moram em São Caetano, Clara relatou que a partir do momento que recebeu as primeiras informações sobre a guerra não pensou duas vezes em ajudar os que buscavam fugir do território ucraniano em busca de abrigo. A primeira ajuda foi em oferecer seu apartamento na Alemanha como local provisório para os brasileiros. A iniciativa gerou um movimento para oferecer locais para abrigar os refugiados. Um grupo foi criado para organizar os abrigos.

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“O que acontece? Descobrimos que o problema não era onde ficar depois de sair da Ucrânia, o problema é sair da Ucrânia. O nosso grupo foi crescendo, de quinta para sexta eu não dormi, a Mari que cuida da frente Polônia não dormiu, realmente ficamos 24, 36 horas acordadas e vimos a necessidade de que precisava de alguém no chão, na fronteira, para ver o que acontece, não apenas depender das notícias, pois não sabemos se é fake news ou não e aí na sexta-feira à tarde eu aluguei um carro e dirigi 15 horas para chegar na fronteira”, explicou.

Apesar da organização por parte dos voluntários e das autoridades polonesas, a falta de representantes de diversas embaixadas, inclusive a brasileira, chamou a atenção de quem tentava ajudar. Outro ponto foi a dificuldade para que homens das mais diversas nacionalidades conseguissem atravessar a fronteira com a Polônia.

Clara conseguiu auxiliar três pessoas, dois jogadores de futebol e a namorada de um deles a atravessarem a fronteira, porém, a espera para este processo era de 17 horas em alguns momentos, tudo isso para atravessar um caminho de menos de 10 km.

Vídeos divulgados pela advogada demonstram a quantidade grande de doações de roupas e alimentos, e a falta de combustível em alguns postos, o que também gera dificuldade na ajuda.

Cenas fortes

As cenas vistas de famílias que se despedem de maridos que foram convocados para o confronto, em decorrência da lei marcial imposta pelo governo ucraniano, emocionam aqueles que ajudam os refugiados nos mais diversos locais. Clara se emocionou ao contar um pedido de ajuda que não conseguiu atender.

“Tinha uma família, uma mãe e com seus filhos, que estavam desesperados e me pediram água, e eu não pude dar a última garrafa que eu tinha, pois eu ia buscar outros brasileiros. Realmente são cenas muito tristes de acompanhar”, relatou.

Ajuda

Os brasileiros organizaram pelas redes sociais as formas de ajuda para financiar o abrigo, alimentação e a possibilidade de deslocamento dos brasileiros que estão fugindo da Ucrânia. No site Vakinha, uma arrecadação foi iniciada. A primeira meta era de R$ 30 mil. Até às 17h40 desta segunda foram arrecadados R$ 37 .520. Siga abaixo os links para ajudar financeiramente o resgate dos brasileiros:

https://www.instagram.com/frente_brazucra/

https://linktr.ee/frente_brazucra

https://twitter.com/brazucra

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/extracao-de-brasileiros-na-ucrania

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