Com a redução dos casos e óbitos pela Covid-19, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC retomou os seus trabalhos para debater e aprofundar ainda mais os temas ligados aos mais diversos setores produtivos da região. Ao RDtv desta sexta-feira (24/2), o presidente da entidade, Aroaldo Oliveira da Silva, relatou que entre os diversos objetivos colocados nos últimos dias, um deles é o reconhecimento do Polo Petroquímico por parte do Estado.
Apesar dos 50 anos de existência completados neste ano, o Polo localizado entre Mauá e Santo André não conta oficialmente com a chancela de “Polo”, o que acaba gerando uma série de problemas de funcionamento e junto à comunidade que cresceu ao longo dos anos ao lado deste grupo de indústrias.
“O reconhecimento é importante, pois assim você demarca todas as empresas que estão naquele distrito. Elas trabalham de forma conjunta, conectadas e assim você delimita aquela área de atuação deles. E tem a ver muito com o adensamento populacional, um problema que vivemos na região. Com o passar dos anos as empresas se instalaram, mas aconteceu um crescimento das moradias perto do Polo. Em determinado momento isso causou um problema para a população que mora do lado dessas indústrias e às vezes causa um problema para a indústria, pois ela não pode funcionar quando deveria, e ocasiona a expulsão de algumas indústrias”, explicou Aroaldo.
O Polo Petroquímico atualmente é alvo de investigação que envolve as câmaras de Mauá, Santo André e São Paulo por reclamações sobre os poluentes, fato que já gerou algumas audiências públicas sobre o assunto.
O processo de reconhecimento ajudaria, segundo Silva, a fazer com a região entrasse de fato nos projetos de zoneamento dos municípios, assim dando mais oportunidades para se pensar na melhor forma de convivência entre a comunidade e o Polo. O assunto acabou colocado para a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, no início do mês, em evento realizado na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em Santo André.
Aproximação
Um dos principais entendimentos da Agência de Desenvolvimento é a necessidade de se aproximar dos governos Estadual e Federal para criar alianças em busca de uma convergência de pensamentos sobre o desenvolvimento econômico. A ideia é criar um debate em torno de quatro eixos: indústria; inovação; polo de empregabilidade; e educação (cursos profissionalizantes, tecnológicos e universitários).
A indústria ganhou um capítulo especial com a organização dos debates por polos como o automobilístico, químico e alimentício, e a busca de como gerar novos investimentos, e por consequência, novos empregos para a região. Inclusive um dos próximos eventos pensados para a região é um fórum que debaterá o futuro dessa indústria. A ideia é que ocorra entre os meses de março e abril, e que tenha a participação do Estado.
Questionado sobre a participação do governo federal, Aroaldo deixou claro que não houve a abertura de espaço para qualquer tipo de debate, principalmente sobre assuntos relacionados ao processo de produção matéria prima para alimentar a indústria.