O Diretório Nacional do Cidadania aprovou neste sábado, 19, a proposta de formar uma federação com o PSDB. Foram 56 votos a favor da união com os tucanos, 47 por uma aliança com o PDT e 7 abstenções. A possibilidade de se federar com o Podemos nem sequer avançou para o segundo turno da votação. Mesmo assim, a legenda manteve a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) ao Palácio do Planalto. Os tucanos, por sua vez, também negociam com o MDB e o União Brasil.
Na prática, como cada federação só pode ter um postulante a cargos majoritários, os planos de Vieira colidem com os do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), escolhido em novembro nas prévias tucanas para concorrer à Presidência.
“A minha pré-candidatura foi mantida por unanimidade e a opção pela tentativa de federação com o PSDB atingiu o número mínimo de votos”, disse o senador.
De acordo com Vieira, a negociação para decidir quem será o candidato da federação, Doria ou ele, “virá mais adiante”. Antes, é necessário aprovar um estatuto comum e registrar oficialmente a aliança. “Não é uma coisa simples”, enfatizou.
Já a assessoria do governador disse, em nota, que o acordo foi costurado em torno do nome de Doria.
Doria é um dos maiores entusiastas da federação entre PSDB e Cidadania, num momento de divisão interna de seu partido. Nas últimas semanas, o governador se reuniu duas vezes com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), cotada para ser vice na chapa do tucano.
No próprio PSDB, contudo, há preocupação com o fato de Doria não decolar nas pesquisas para a eleição de outubro. Além disso, tucanos da velha guarda, como o ex-senador Aloysio Nunes, têm feito acenos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aloysio disse que o PSDB não é mais uma referência nacional e afirmou que as movimentações de Lula são legítimas. O senador José Serra, por sua vez, classificou o diálogo de seu partido com o petista como “natural”.
Em levantamento da Genial/Quaest divulgado no último dia 9, Doria aparece em quinto lugar, com 2% de intenção de voto para o Planalto. Lula, com 45%, lidera a pesquisa, seguido pelo o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), com 23%. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) aparecem com 7% cada um.
Na quarta-feira, 16, o Cidadania já havia aprovado, por 66 votos a 44, a possibilidade de se federar, mas sem definir com qual sigla. A federação cria uma “fusão temporária” entre os partidos e precisa durar, pelo menos, quatro anos, desde as eleições até o final do mandato seguinte. De acordo com novo prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as legendas têm até o dia 31 de maio para registrar federações.
Orlando Morando e Marco Vinholi avaliam federação entre PSDB e Cidadania
Ao RD, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) e o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, avaliaram a federação entre o PSDB e o Cidadania.
Segundo Morando, a federação constituída atualmente entre os partidos “fortalece a democracia brasileira”, em especial para a candidatura de João Doria (presidente) e Rodrigo Garcia (governador do Estado). “Foram partidos que em grandes eleições estiveram juntos e agora se fortalecem para estar juntos no País”, analisa. “Nem Lula, nem Bolsonaro, vamos em busca de um melhor caminho”, afirma.
Já Vinholi diz acreditar em uma construção conjunta de dois partidos com um projeto que abre maior desenvolvimento para o País.