Com 30 dias no comando da Fundação do ABC, a médica Regina Maura busca enfrentar o principal desafio da Organização Social de Saúde, as dívidas. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (14/2), a presidente relatou que a situação de momento é “tensa” e que busca fazer acordos com os credores para que não haja bloqueios que possam prejudicar os serviços prestados em vários municípios. Cortes internos foram realizados e outros serão feitos nos próximos dias.
As principais dívidas da FUABC são com cidades de fora da região como Osasco, Bertioga e Praia Grande. Os valores ainda são avaliados pela equipe técnica que avalia todos os processos. Com os números em mãos, haverá o processo de negociação para que os valores devidos possam ser parcelados, assim garantindo a manutenção dos serviços.
“A situação hoje é tensa, pois você nunca sabe quando haverá um bloqueio. Uma solução é fazer uma negociação previamente, negociar essas dívidas antes que ocorra os bloqueios. É isso que vamos buscar com os municípios que são solidários com essas dívidas, buscar para que possamos fazer parcelamentos com os credores e em consonância com os municípios que são solidários sempre”, explicou.
Em relação a Mauá, alvo da principal polêmica dos últimos anos, o que resultou em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, atualmente são avaliados o montante contábil e os processos trabalhistas de demissões realizadas entre 2017 e 2018. A ideia de Regina Maura é procurar a Justiça do Trabalho para que esses valores sejam colocados em um bloco único e assim pagos em parcelas.
Internamente também houve cortes em cargos excedentes. Em alguns casos, colaboradores foram destinados para cidades parceiras para conseguir realizar os mesmos serviços, como é o caso de São Bernardo, cidade mantenedora da Fundação e que conta com um dos principais contratos.
“A Central de Convênios emagreceu um pouco, porque São Bernardo tem um contrato milionário, não tenho certeza dos números, mas são milhões por mês e que ele era todo gerenciado por planos de trabalho individuais, pela Central de Convênios, e ele passou a ser uma mantida independente. Então as pessoas que trabalhavam para gerenciar dentro da Central de Convênios as compras os contratos, a parte jurídica, a parte financeira foi tudo para São Bernardo, então ficaram pessoas que eram destinadas para este contrato e acabam sendo suplementares a tudo que já existe no RH da Fundação”, disse a presidente.
Dos cerca de 100 funcionários que estavam na Central de Convênios, 15 deixaram o local. O objetivo é fixar o número abaixo de 50, porém, a quantidade de colaboradores dependerá dos contratos realizados. Aliás, Regina afirmou que as únicas chances de novos contratos são em relação aos serviços do Estado e os municípios da região.
O corte de custos visa enxugar mais R$ 200 mil mensais com o custeio da Fundação do ABC. Um contrato com um escritório de advocacia, por exemplo, será oficialmente cortado, assim gerando uma economia de R$ 64 mil mensais, porém, já existe a demanda de contar com advogados especializados no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).