Sexta-feira (11/2), os servidores de Santo André rejeitaram, em Assembleia Geral do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais), a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura. A reunião foi conduzida pelos dirigentes Daisy Dias, Rodrigo Gomes e pelo representante legal, Durval Ludovico Silva.
A administração propôs o aumento salarial de 6% para a data-base de 2021, mas o índice seria dividido em duas vezes: 3% em maio e 3% em setembro. O governo também propôs reajustar a cesta básica que passaria de R$ 110 para R$ 220, que também foi reprovada pela categoria.
Essa é a primeira proposta econômica apresentada pelo governo Paulo Serra após o fim da vigência da lei complementar 173/2020 de Bolsonaro, que congelou os reajustes nos salários e biênios dos servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. Estão sem reajuste salarial cerca de 15 mil servidores da ativa e aposentados.
Os servidores de Santo André ficaram indignados com a proposta da Prefeitura e classificaram como “vergonhosa”. Enfatizaram que “não pararam de trabalhar durante a pandemia e, portanto, o prefeito Paulo Serra tem que cumprir o seu papel e valorizar de fato todos os servidores, com nova contraproposta”.
Os servidores também reclamaram que não têm conseguido pagar as contas e a cada dia está difícil sobreviver devido ao aumento exorbitante da inflação que registrou 10,06% em 2021. Muitos desabafaram que nunca viveram uma situação econômica como essa e disseram que tudo está muito caro, como aluguel, comida, gás de cozinha, combustível e luz. Os salários desvalorizados agravam ainda mais a situação.
Durante a assembleia híbrida, os servidores aprovaram a contraproposta salarial apresentada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Segundo o órgão, o salário do servidor neste período da data-base da categoria, ou seja, de abril de 2021 até 1º maio de 2022, acumula uma defasagem inflacionária de 16%. O acumulado até este mês de fevereiro, que totaliza nove meses de inflação, está atingindo 14,53%, e até maio a defasagem chegará a 16%.
Esse índice foi calculado com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE, sobre o poder de compra de acordo com o salário vigente. Outras reivindicações aprovadas pela categoria são aumento no valor da cesta básica para R$ 300,00, a implementação do vale-alimentação ao invés do fornecimento de marmitas, muitos servidores reclamaram do péssimo estado dos alimentos, entre outras pautas sociais.
O Sindicato apresentará essas propostas na próxima rodada de negociação com a Administração Municipal nesta semana.
A categoria também aprovou a realização de ato público no Paço, no dia 22, e assembleia para deliberação de encaminhamentos após. Também confecciona um informativo para convocar todos os servidores andreenses da ativa e aposentados para participarem do ato no Paço.
Contatada, a Prefeitura não respondeu.