Já se passaram duas semanas desde que foi anunciado o fechamento das unidades do Colégio Metodista, que mantinha escola no bairro do Rudge Ramos, em São Bernardo, próximo à Universidade Metodista que é do mesmo grupo educacional. Passado todo esse tempo as negociações sobre o pagamento das indenizações dos funcionários ainda não avançaram. Nesta segunda-feira (07/02) foi realizada mais uma reunião, a segunda, entre a direção da Educação Metodista e os sindicatos que representam os trabalhadores, mas nada foi decidido ainda quanto aos pagamentos.
“Foram horas de um discurso evasivo. A sensação que temos é que estão apenas tentando ganhar tempo”, comentou Edilene Arjoni, presidente do SinproABC (Sindicato dos Professores do ABC). Segundo ela, a proposta apresentada pelo grupo educacional não contempla o valor total devido aos professores, nem cumpre os prazos legais para pagamento. Nós, claro, não aceitamos e eles ficaram de rever a proposta para algo mais palatável”, explica a líder sindical.
Só de professores o Colégio Metodista deixou sem emprego 36 pessoas, segundo o colégio, mas seriam mais pessoas, cerca de 50, segundo o sindicato. “Eles alegam que demitiram pessoal ao longo da pandemia”, diz Edilene. Enquanto o impasse não se resolve, os funcionários ficam sem receber suas rescisões trabalhistas. “Tem professor que não recebeu nem comunicado ainda. A gente tenta negociar, temos que esgotar todas as possibilidades de negociação, mas pelo jeito teremos que partir para outra forma de mobilização ou o embate jurídico”, analisa a presidente do Sinpro.
O Sindicato dos Professores do ABC e outros sindicatos que representam os funcionários da Metodista em São Paulo e outros estados terão uma reunião virtual esta semana, ainda em data a ser marcada, para definir os rumos do movimento. Não estão descartados protestos.
Quase 40 anos
A Educação Metodista alegou que a suspensão, na Justiça, do processo de recuperação judicial, ocorrida no final de 2021, fez o grupo rever seus planos e uma das medidas foi o fechamento dos colégios. A unidade de São Bernardo chegou a celebrar no ano passado 36 anos de atividades. Além do colégio em Rudge Ramos, que atendia a educação infantil, ensino fundamental e médio, a Educação Metodista possui ainda outras 10 escolas, cinco delas no Estado de São Paulo, quatro no Rio Grande do Sul e uma em Minas Gerais. Em 2019, os professores do Colégio Metodista de São Bernardo realizaram uma greve que chegou a 80% de adesão e que reivindicava o pagamento de salários atrasados.
Além dos professores e funcionários, os pais de alunos também têm de ir atrás dos direitos para ter de volta o valor das matrículas pagas para 2022. Em nota, a Educação Metodista informa que já está em processo de devolução do dinheiro das matrículas. O RD indagou o grupo sobre a venda do colégio e a resposta foi que “a instituição não comenta suas negociações”.