Um ano após o início da vacinação dos adultos contra a Covid-19, as crianças de cinco a 11 anos ganharam a oportunidade da imunização. Porém as notícias falsas e os grupos antivacina continuam atuando para impedir o sucesso da proteção contra a doença. Ao RDtv desta terça-feira (25/01), o microbiologista do Instituto Questão de Ciência, Luiz Almeida, falou sobre o assunto e deixou claro que todas as vacinas disponíveis no momento são seguras, sem a necessidade de escolha.
Duas vacinas estão liberadas para as crianças. A Pfizer pode ser aplicada para todos os grupos de cinco a 11 anos. A Coronavac pode ser aplicada para o grupo entre seis e 11 anos, com exceção dos imunossuprimidos. Segundo o especialista, hoje são vistos dois problemas graves sobre as informações divulgadas.
A primeira é sobre a segurança das vacinas em relação aos possíveis riscos. “Todas as vacinas são seguras e estamos em um momento que conseguimos monitorar muito melhor do que outras vacinas produzidas. Estamos acompanhando na minúcia, sabemos fazer os testes, acompanhá-los, saber dos efeitos das vacinas. Têm efeitos adversos, isso é importante comunicar, porém, essa comunicação de risco deve ser feita de maneira profissional”, avaliou.
O segundo ponto é uma espécie de disputa entre as fabricantes. No site do Instituto Butantan, que produz a Coronavac no Brasil, no dia 20 de janeiro foi publicado um texto com o seguinte título: “Coronavac é a vacina mais segura e vai proteger as crianças contra a Covid-19, diz Dimas Covas durante estreia do imunizante na vacinação infantil”.
Para Luiz, não há necessidade de disputa, pois as duas vacinas disponíveis para o público infantil e adolescente, além das disponíveis para os adultos, são confiáveis e foram avaliadas por um grupo que já testa os mais diversos tipos de vacina há anos e que não causam qualquer problema.
“É importante apontar isso. São profissionais que hoje infelizmente estão intubando crianças todos os dias. Eu nem quero imaginar qual é a dor de fazer isso, pois se já dói fazer isso em um adulto, então imagine em uma criança. Eu tenho uma filha pequena e nem quero pensar nisso. Espero que os pais levem as crianças para vacinar para que não levem elas para ser intubadas, deve ser uma sensação horrível”, comentou.
Outra preocupação é a desinformação a partir das fake news, algo que vem preocupando a ciência há alguns anos, principalmente com a queda do número de vacinados contra doenças consideradas erradicadas no Brasil como Sarampo e Poliomielite, o que gera preocupações futuras com novos surtos e epidemias desses males no país.