A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, que iniciou nesta semana, é importante aliada no combate ao avanço da variante ômicron. A cepa, considerada por especialistas como mais transmissível que a delta, levou ao aumento significativo de casos e internações da doença – principalmente daqueles que ainda não se vacinaram. Desde janeiro deste ano, o índice de internações no ABC voltou a ficar em patamares elevados, a exemplo de Diadema, que registra 84% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Pediatra e professora de pediatria no Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Denise Schoeps defende que, quanto mais pessoas estiverem imunizadas contra a covid-19, menos espaço o vírus terá para se disseminar. “Quem está contraindo a doença agora são as crianças, que deixaram de estar em casa por conta da flexibilização do isolamento social. Por isso é de extrema importância que se vacinem, para assim diminuir o contágio e evitar novos surtos”, afirma.
Segundo a professora, estudos indicam que, em comparação com a variante delta, a ômicron é de menor letalidade, mas com maior transmissibilidade. “Ela transmite de forma bem mais facilitada que as demais variantes e, por isso, temos visto o aumento no número de casos e internações, embora os óbitos e internações tenham reduzido significativamente em razão da vacinação dos adultos contra a covid-19”, enfatiza. Outros estudos apontam, ainda, que a vacinação é de suma importância para diminuir a gravidade e a possibilidade de quadros mais críticos da covid-19.
No consultório da pediatra Denise Schoeps é comum que crianças menores de cinco anos, cheguem com sintomas da doença, a exemplo de febre alta e dor de garganta. “Chegam no consultório com 3 a 5 dias de quadro respiratório afetado com coriza, febre alta, garganta inflamada e diarreia”, diz ao citar que diante do diagnóstico positivo, levam de 5 a 10 dias para total recuperação. “E isso só cresce, cada vez mais, com a falta dos pequenos imunizados contra a doença”, reflete.
A sugestão da especialista é que os pais não deixem de vacinar suas crianças. “Pensem que se a vacina pode dar reação, como dores no braço e etc., a doença pode dar uma reação muito maior […] O efeito da doença sempre é pior que o da vacina, e é imprescindível que toda população se proteja da forma que seja possível”, salienta.