O câncer de pele, que tem como sua principal causa a exposição solar em excesso, apresentou alta em 33,3% nos diagnósticos em Mauá e São Bernardo no último ano. Na comparação a 2020, o aumento foi de três para sete casos e de 144 para 189 diagnósticos positivos, respectivamente. Já no Brasil, cerca de 13 mil novos casos são diagnosticados anualmente, em razão da falta do uso de protetor solar.
Segundo a dermatologista do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, Mariana Murata, principalmente durante o verão, os cuidados devem ser redobrados, a fim de evitar o surgimento do câncer – que pode se manifestar como o tipo não melanoma (com aparência vermelha ou como feridas), e de forma melanoma, mais raro porém com surgimento de pintas e/ou sinais na pele com tons castanhos.
Para identificar o câncer, a especialista aconselha: “No início, o melanoma pode parecer como uma pinta comum. Então observar as marcas do corpo é o caminho para o diagnóstico precoce”, diz. Já o surgimento de manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram na pele, além de feridas que não cicatrizam em um período de 4 semanas, são sinais de alerta para o tipo não-melanoma”, orienta.
Especialmente para quem pratica atividades físicas, Mariana sugere que sejam praticadas em segurança, principalmente no período mais quente do ano, com uso regular de filtro solar (de, no mínimo, fator 30). O uso de chapéus e roupas com proteção UV também pode ajudar. “Além de procurar locais com sombra para se proteger da radiação direta sobre a pele”, acrescenta a profissional.
De acordo com a dermatologista, os locais de maior predileção para o surgimento de lesões são os mesmos em que há maior incidência de raios solares, como a parte superior das costas, couro cabeludo (se calvo), nariz, ponta da orelha e braços. Em caso de aparecimento desses sinais, o indivíduo deve procurar um médico dermatologista que, através de um exame clínico, consegue realizar o diagnóstico ou uma biópsia para o mesmo.
Fatores de risco
A médica salienta que entre os fatores de risco, o câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos (sendo raro em crianças e pessoas negras, com exceção dos portadores de doenças de pele). “Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade vem diminuindo. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias, são as mais afetadas”, enfatiza. Segundo a dermatologista, o cuidado deve ser redobrado com as crianças. “A exposição exagerada ao sol nos primeiros 20 anos de vida é decisiva para o aparecimento de câncer de pele na meia-idade”, frisa.
Para o momento de escolher um protetor solar, Mariana destaca que o fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro de ação, ou seja, ter boa absorção de raios UVA e UVB. “FPS acima de 30, não ser irritante e ter certa resistência à água”, complementa. Em relação à forma de usá-lo, a profissional indica que o produto deve ser aplicado ainda em casa e reaplicado ao longo do dia a cada duas horas. “Aplicar o equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida”, acrescenta.
O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV é capaz de atravessar as nuvens.