Tradicionalmente, o mês de dezembro se inicia com as pessoas em busca dos presentes de fim de ano. Entretanto, com a pandemia da covid-19 e a recessão econômica, o Natal (25 de dezembro) deste ano foi diferente, e ao menos 48% das brasileiras acabaram deixando de comprar os presentes que seus filhos pediram, devido a falta de condições financeiras. A pesquisa foi feita pelo Trocando Fraldas, que apontou mulheres dos 40 aos 49 anos, como 65% das entrevistadas.
A dona de casa, Elizabeth Fonseca, moradora do Baeta Neves, em São Bernardo, conta que por conta do desemprego, não conseguiu comprar o presente que sua filha, Luiza, 5 anos, pediu. “Ela queria uma boneca, daquelas que parecem de verdade, que custa mais de R$ 200. Como não tinha dinheiro, me juntei com uma tia dela que não sabia com o que presentear, e compramos algumas roupas, que ela precisava”, comenta.
Na ceia de Natal, Elizabeth conta que precisou retirar o dinheiro da poupança para fazer as compras. “Tive que tirar o pouco que ainda tinha guardado para que a gente conseguisse comer alguma coisa diferente nesse final de ano. Acontece que tá tudo muito caro, então só conseguimos comprar uma carne, coisa que em outros anos não aconteceria”, acrescenta a mulher, que trabalhava como vendedora antes da pandemia.
Dados da pesquisa divulgada pelo Trocando Fraldas mostram que no Brasil, Roraima é o estado em que mais mães têm condições de dar o presente que seu filho pediu. No Distrito Federal e no Rio de Janeiro, 61% e 59% respectivamente, gostariam de dar o presente desejado pelos pequenos. Já em São Paulo, o percentual é de 52%, enquanto no Espírito Santo, 51%. Por fim, Rondônia é o estado em que menos famílias podem dar o presente desejado aos pequenos, com 29% das entrevistadas.
Para que seu filho Henrique, 6 anos, não ficasse sem presente, a fisioterapeuta de São Caetano, Bruna Ribeiro, se juntou com sua mãe para pagar a conta. “Os brinquedos estão todos muito caros e minha mãe não sabia o que dar para o neto. Acabei juntando o útil ao agradável para conseguir pagar a conta e presenteá-lo no Natal”, conta. “É uma opção para quem está sem dinheiro”, completa ao citar que deve repetir a estratégia.