Dólar recua de olho no exterior em meio decepção com serviços e ata ‘Hawkish’

O dólar subiu de forma pontual à máxima, a R$ 5,6774 (+0,06%) na manhã desta terça-feira, mas retomou viés de baixa, que marcou a abertura dos negócios. Na mínima, até a publicação desta nota, recuou a R$ 5,6614 (-0,22% por volta das 9h30). Os ajustes ocorrem em meio a sinais mistos do dólar ante pares emergentes do real, diante das incertezas sobre a variante Ômicron do coronavírus, crescimento de 1,1% da produção industrial na zona do euro e espera da decisão de política monetária do Federal Reserve, amanhã.

Os dados de serviços em outubro no Brasil decepcionaram, com queda de 1,2% ante setembro mais intensa desde 2016 (-1,5%). Segundo operadores, o resultado corrobora o cenário de recessão técnica do País mostrado pelo PIB do terceiro trimestre, ajudando na descompressão dos juros futuros também, a despeito da manutenção na ata do tom duro do comunicado que acompanhou a decisão do Copom na semana passada.

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Com o resultado de outubro, o setor acumula perda de 1,9% em dois meses seguidos de quedas, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação à ata do Copom, o documento confirma a mensagem altista de juros do comunicado e mostra um Banco Central (BC) muito focado em ancorar as expectativas de inflação, avalia o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani. “Acho que a mensagem principal não mudou: você tem uma piora do balanço de riscos, isso acaba afetando as expectativas de inflação e sugerindo um aperto maior do que se esperava”, diz Padovani. “O que fica da ata é que o BC está focado em controlar as expectativas de inflação, não há outros objetivos.”

Para o economista, a escassez de menções à atividade econômica no documento mostra que, apesar das preocupações do mercado com o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem, a autarquia deve focar a condução da política monetária exclusivamente no controle da inflação.

Às 9h31 desta terça, o dólar à vista caía a 0,19%, a R$ 5,6629. O dólar futuro para janeiro de 2022 recuava 0,28%, a R$ 5,6850.

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