Janaína Ribeiro (nome fictício) trabalha há 4 anos e meio como servidora na Prefeitura de Mauá. Desde o início, tem o plano de assistência médica da Medical Health. Com a pandemia, no entanto, a munícipe passou a enfrentar problemas com agendamento de consultas. Isso porque clínicas da cidade e de outros municípios deixaram de atender o plano, devido ao não repasse de valores pela empresa responsável. Em nota, a Prefeitura informa que, após duas notificações, a empresa recebeu uma advertência. Com isso, já abriu licitação para avaliar propostas de empresas interessadas em prestar o atendimento aos servidores.
A servidora relata que a situação não é um caso isolado, e que outros colegas de trabalho procuram por clínicas em outras cidades, para que a consulta tenha os gastos cobertos pelo convênio. “As clínicas alegam que a Medical Health não repassa os valores e começaram a se descredenciar”, afirma.
Além de ter sido diagnosticada com a doença de Menière, Janaína tem um filho de 20 anos, diagnosticado com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que precisa seguir um tratamento contínuo. “Eu consegui atendimento no [Hospital Estadual] Mário Covas através do SUS (Sistema Único de Saúde). Minha maior preocupação é com o meu filho que precisa de tratamento controlado. Sem os seus remédios, sua crise se agrava”, detalha.
Janaína alega que, com a falta de opções em Mauá, passou a procurar outras clínicas. “Temos ido para Santo André, mas as clínicas de lá também começaram a desmarcar”, diz. Para que o filho não abandone o tratamento psiquiátrico, a mulher precisa arcar com o valor das consultas que saem, em média, R$ 200. “Pago o convênio religiosamente todo mês e agora também tenho que pagar pela consulta”, denuncia.
A reclamante destaca que depende da boa vontade da médica, que já conhecia o diagnóstico de seu filho, para fornecer a receita necessária para a compra de medicações. “São medicamentos que não se compra com qualquer receita e no SUS demoraria para conseguirmos”, salienta.
Ribeiro também comenta que, além dos descredenciamentos, a postura dos médicos que a atendiam pela Medical Health não a agradava. “Era um descaso muito grande. Quando eu explicava que já tinha o meu diagnóstico, o médico desdenhava”, declara.
Questionada, a Prefeitura de Mauá afirma que a Secretaria de Administração tem acompanhado o caso com atenção. Diz ainda que a empresa tem recebido os pagamentos em dia e que foi notificada duas vezes para que normalizasse os atendimentos, o que ocorreu por um período. Após novas reclamações dos usuários foi aplicada a advertência prevista no contrato, a primeira sanção prevista.
A Prefeitura destaca que, ao registrar problemas de atendimento, os funcionários devem contatar o setor de benefícios da Gerência de Recursos Humanos. A administração também já abriu licitação para avaliar propostas de empresas interessadas em prestar o atendimento aos servidores.
Procurada pelo RD para um posicionamento a respeito do caso, a Medical Health alega prezar pelo bom atendimento e satisfação de seus usuários, e afirma contar com uma ampla rede credenciada com várias especialidades. Em relação ao caso de Janaína, a empresa coloca sua Ouvidoria à disposição da paciente, para analisar o ocorrido e “buscar a melhor solução”, através do telefone (11) 2898-7007.