Após uma expedição nos rios Tietê e Pinheiros, nesta sexta-feira (26/11) o coletivo “A Voz dos Rios” chega ao Embu-Mirim, em Embu das Artes, SP. A caminho da expedição, Sandro Nicodemo, diretor da Puzzle Arte e Meio Ambiente; Marta Marcondes, pesquisadora, professora e coordenadora do Projeto IPH – Índice de Poluentes Hídricos da USCS (Universidade de São Caetano do Sul); e a poetisa Ubimara Ding falaram das expectativas para o projeto.
O coletivo A Voz dos Rios tem como objetivo mostrar a qualidade dos rios que compõem a bacia do alto Tietê. A pesquisadora Marta Marcondes ressalta que o ABC tem relação com o Embu-Mirim, que nasce em Embu das Artes. “O reservatório Billings, hoje, faz parte da água do [rio] Itaquaquecetuba, que vai para o reservatório Guarapiranga e este tem ligação com o rio Embu-Mirim”, diz. Sandro Nicodemo afirma estar animado com os resultados obtidos pela expedição. “É uma forma de atrair a atenção das pessoas para os rios e que tem dado certo”, explica.
Para o primeiro dia de expedição, a equipe pegará um barco na foz do rio, de onde partirão para três pontos do Guarapiranga. “Onde a Sabesp faz captação da água, um ponto dos clubes próximos e a foz do rio Inhomirim. Depois sairemos do barco, acompanhamos o rio de carro e faremos mais quatro pontos dentro do rio”, detalha a pesquisadora. Com outras atividades no roteiro, a previsão é de que o trio termine a expedição somente no domingo (28).
Diretamente do Clube Guaraci, um dos pontos por onde passará “A Voz dos Rios”, a ambientalista Adriana Abelhão chama a atenção para as queimadas e outras agressões pelas quais as áreas verdes têm passado. “Precisamos melhorar a participação da militância e da população. Essa expedição é histórica”, salienta.
“Essa região não tem a melhor qualidade de água do planeta. Queremos ver, ao longo do rio, onde temos pontos que vão prejudicar ou beneficiar a qualidade de água desse rio”, enfatiza a pesquisadora da USCS. “Precisamos estar lá para checar como estão os parâmetros que a gente analisa”, completa. Segundo a poetisa Ubimara Ding, cada expedição apresenta uma novidade e experiência única. “O diálogo com o rio pressupõe uma escuta das necessidades do estado de saúde e qualidade desse rio”, enfatiza.