O consumidor do ABC deve movimentar cerca de R$ 370 milhões na Black Friday, aponta pesquisa do Observatório Econômico da Universidade Metodista. A pesquisa foi realizada entre 8 e 24 de novembro com 250 consumidores e indica que o tíquete médio, ou seja, o valor médio gasto por cliente, deve ficar em R$ 779. Essa foi a primeira vez que o Observatório faz uma PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) para a Black Friday.
No levantamento, 47% dos entrevistados vão comprar na data e pretendem gastar entre R$ 300 e R$ 1 mil. O valor gasto não necessariamente movimentará a economia local já que grande parte das vendas é feita em lojas online. Para o professor de economia e coordenador da pesquisa, Sandro Renato Maskio, o gasto médio de R$ 779 ficou dentro da expectativa dos pesquisadores, uma vez que as compras da Black Friday são aquelas de valores adicionados maiores, como televisores, celulares ou geladeiras. “Em geral são eletroeletrônicos ou eletrodomésticos para casa. Como são produtos de maior valor adicionado esse valor maior não chamou muito a atenção, ficou dentro do esperado”, comenta.
Um ponto importante é que os homens se revelaram mais consumistas do que as mulheres, pois pretendem gastar R$ 907, montante 38% maior do que o gasto médio das mulheres, que ficou em R$ 654. Para Maskio, isso pode ser explicado pelo perfil de consumo. “O homem não tem muita paciência de pesquisar preços, já a mulher é mais detalhista e paciente, além de que costuma cuidar da economia do lar”, comenta o professor.
A Black Friday surgiu nos Estados Unidos como uma última liquidação do ano antes do Natal, por isso muitas pessoas aproveitam para comprar os presentes nesta época, a exatamente um mês para o Natal, mas não é bem isso que mostrou a PIC da Black Friday. Dos que pretendem comprar na data 16% não vão presentear ninguém no Natal e 48% não vão usar a data para antecipar as compras natalinas. Para o coordenador da pesquisa, isso está ligado ao tipo de produto que se vende mais na Black Friday, que são os eletrônicos e eletrodomésticos de maior valor. “Em geral as pessoas se programam para essa data para a compra de um televisor novo ou de uma geladeira ou celular, itens que são mais caros e que são para aparelhar a própria casa. Em geral para se presentear no Natal se compra coisas de menor valor que não dependem tanto da Black Friday”, comenta Maskio.
A próxima pesquisa do Observatório Econômico da Metodista será a já tradicional PIC de Natal.