Ataques cibernéticos crescem 30% durante a pandemia

Em 2020, por conta de ataques hackers, corporações brasileiras registraram prejuízos de R$ 32,4 bilhões (Foto: Reprodução / Facebook)

A pandemia da covid-19 fez com que a internet ficasse ainda mais ocupada por hackers. Como consequência, os ataques cibernéticos dispararam cerca de 30% entre 2019 e 2021 no Brasil, o que levou serviços de tecnologia a aperfeiçoarem seus esquemas de segurança. No ABC, especialistas na área de tecnologia orientam como a população pode se proteger contra ataques e invasões externas.

Recém-formado no curso de Tecnologia da Informação (TI), o morador de São Caetano, Thiago Machado da Cruz, de 26 anos, decidiu abrir consultoria online, em 2018, para ajudar vítimas de golpes na internet, devido as constantes queixas de invasões hackers. “Começou na minha família, quando vi que estavam caindo em golpes simples. Daí alguns amigos também começaram a cair e percebi que na pandemia intensificou […] tudo acontecia por invasões ou esquemas que bastavam uma proteção ou cuidado maior”, diz.

Newsletter RD

Entre as dicas elencadas pelo especialista em softwares, conteúdos compartilhados através de e-mails e/ou correntes em redes sociais, podem ser configurados como spam, ou seja, quando são indesejados pelos usuários, no entanto, são compartilhados. “Podem até parecer coisas inofensivas, mas em boa parte dos casos, quando as pessoas clicam nos links agregados nesses e-mails ou mensagens, abrem brecha para invasões no computador e no celular”, alerta.

Além disso, alguns plug-ins específicos instalados no computador e extensões para navegadores na web, podem auxiliar os usuários. Estas pequenas ferramentas podem fornecer alertas de segurança dentro do navegador. “Proteção no navegador é essencial para filtrar aquilo que pode ou não ser ameaça para o usuário”, frisa Thiago.

Maria de Fátima Guerra, de 59 anos, caiu em um golpe nas redes sociais, no mês passado, ao ter seu telefone clonado. Ao RD, a vítima do golpe conta que tinha costume de acessar links em redes sociais, mas desde que procurou saber sobre o assunto – após o golpe – tem redobrado os cuidados. “Quando me mandavam link eu clicava, muito porque enviavam em grupos de família e é difícil separarmos o que pode ser golpe ou não. Mas, depois que invadiram minha conta e clonaram meu telefone para pedir dinheiro, comecei a colocar código de segurança em tudo”, diz.

Na guerra onde empresas tentam blindar sua segurança e os golpistas tentam desenvolver estratégias para continuar aplicando golpes, as empresas orientam a população com cuidados básicos. A clonagem do app Whatsapp – um dos golpes mais comuns atualmente – ocorre quando os criminosos assumem a conta de uma pessoa e aplicam golpes em cima dos contatos presentes do celular da vítima.

Para efetuar a clonagem, o golpista inicialmente entra em contato com o usuário, por meio de ligação, e-mail ou mensagem para oferecer algum serviço e, logo em seguida, solicita que a vítima envie o código de verificação do aplicativo – que é enviado via SMS – ao usuário. “A dica é que em hipótese alguma, o usuário envie qualquer código de verificação solicitado por estranhos; caia em fake news ou clique em links de sites completamente desconhecidos”, orienta o especialista.

Corporações

Thiago associa, ainda, a alta no número de invasões e golpes, especialmente na pandemia, ao grande número de empresas que passaram a atuar em home office e, consequentemente, o aumento da comunicação via internet. “Muitas pessoas passaram a usar a internet para atividades comerciais online, e sem perceber acabam partilhando dados pessoais e abrindo espaço para invasões”, explica.

Somente no ano passado, por conta de ataques hackers, corporações brasileiras registraram prejuízos de R$ 32,4 bilhões, conforme aponta dados da Microsoft. “Isso mostra como não só as pessoas, mas as empresas ainda não muito vulneráveis para trabalhar com a internet”, aponta Cruz ao citar que se faz necessário que as empresas invistam em estratégias e sistemas de proteção de dados antes de decidirem trabalhar com tecnologia.

Para evitar que as corporações corram o risco de encerrarem suas atividades, é preciso implantar eficiente política de segurança. “Ter uma equipe especializada na segurança de dados; investir em recursos tecnológicos como firewalls, antivírus, sistemas de detecção de intrusão, filtros em e-mails e etc, são algumas das medidas necessárias para manter os ambientes de tecnologias atualizados e seguros”, diz.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes