A queda de idosos pode causar diversos problemas na qualidade de vida da pessoa. Estatísticas mundiais mostram que um a cada três idosos que moram em suas próprias casas sofrem este tipo de acidente doméstico uma vez ao ano. Para este idoso que caiu, o risco da reincidência do acidente no próximo ano aumenta para 66% e entre os maiores de 80 anos, a relação de queda representa 50%.
Os dados foram revelados por Rosamaria Rodrigues Garcia, fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia e gestora do mestrado profissional em Saúde da USCS (Universidade De São Caetano do Sul), que explicou em entrevista ao RDtv, que as quedas podem ocorrer em qualquer lugar e não somente com idosos mais frágeis e/ou com portadores de doenças em instituições de longa permanência.
Já para os idosos que estão em casas de repouso ou de apoio, o índice de queda representa 40% uma vez ao ano. “Cerca de 10% resultam em lesões graves, fraturas, traumas na cabeça e luxações graves, e dessas pessoas que são internadas depois de uma fatura 30% falecem no primeiro ano depois da fratura, 30% não recuperam sua independência anterior e apenas 30% voltam a ter uma vida normal”, salienta.
A fisioterapeuta comenta que as quedas são evitáveis e podem ser prevenidas, e ao contrário do que muitos podem pensar, o problema não é apenas por distração ou por conta de móveis e degraus, mas fatores biológicos. “Um deles é a fraqueza muscular. Os idosos perdem a força nas pernas e isso se torna um risco muito grande para cair, pois às vezes ele vai levantar de uma cadeira e não tem força até mesmo para subir um degrau e então acaba caindo”, explica.
O déficit visual também está entre os principais fatores que levam à queda, já que muitos idosos têm catarata e não buscam atendimento e/ou tem medo da cirurgia e deixam de se tratar. “É uma doença que embaça a vista e atrapalha demais a visão. Temos também o glaucoma que aumenta a pressão no olho e as alterações visuais geradas pelo próprio processo de envelhecimento”, explica. “Outra coisa é que o idoso demora um pouco mais para se adaptar quando tem alteração de luminosidade entre os ambientes”, acrescenta.
Osteoporose é silenciosa e gera risco
A osteoporose, doença em que os ossos ficam mais frágeis, é silenciosa, e os idosos não sabem que estão com o problema, informa a fisioterapeuta ao citar a importância de realizar exames de rotina para identificar a doença. “É importante que o idoso faça a densitometria óssea, que é o único exame para se identificar […] não tem nenhuma outra forma”, frisa.
No caso das quedas por conta das fraturas pela doença, Rosamaria comenta que o idoso muitas vezes cai após a fratura e não procura atendimento médico, mas é necessário e com urgência. “O idoso tem fratura e não pensa que fraturou. Acha que foi só uma dor, mas nessas fraturas geradas pela osteoporose a pessoa sente uma dor, o osso quebra e depois ela cai. Precisa procurar o serviço de emergência”, completa.