Os deputados estaduais Carla Morando (PSDB) e Luiz Fernando Teixeira Ferreira (PT) entraram nesta segunda-feira (18/10) com representações por quebra de decoro parlamentar contra o também parlamentar estadual Frederico D’Avila (PSL) após chamar o Papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, além da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de “safados, “vagabundos” e “pedófilos” após discursos de Brandes contra o armamento durante o Dia de Nossa Senhora Aparecida.
Ambos destacaram em seus requerimentos entregues a presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB) as falas de D’Avila durante a sessão ordinária do dia 14 de outubro com insultos contra os religiosos.
“E quero complementar aqui, falar do arcebispo Dom Orlando Brandes, seu vagabundo, safado, safado da CNBB. Dando recadinho para o Presidente e para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria armada é a pátria que não se submete a essa gentalha, seu safado. E a sua CNBB propaladora da Teologia da Libertação. Você se esconde atrás da sua batina para fazer proselitismo político, para converter as pessoas de bem a dar a sua ideologia. A última coisa que vocês tomam conta é da alma e da espiritualidade das pessoas, seu vagabundo, safado, que se submete a este Papa vagabundo”, disse Frederico na tribuna.
Em discurso durante missa em celebração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida e com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Dom Orlando Brandes se posicionou contra a liberação do armamento para a população, uma das principais bandeiras do bolsonarismo. Durante o evento religioso, Bolsonaro apenas ouviu o discurso, mas no dia seguinte afirmou ser favorável a liberação do armamento para o povo.
“Independentemente da religião, o Denunciado (D’Avila) mostra a intolerância, o desrespeito e o uso indevido das estruturas da Assembleia Legislativa, incidindo em quebra de decoro parlamentar. O Papa Francisco e o Arcebispo de Aparecida, ambos chamados de ‘safados’ e ‘vagabundos’ na Tribuna do Plenário da Alesp pelo Denunciado foram ofendidos de forma rasteira e transloucada tão somente por pregarem o amor e o respeito ao ser humano, e a defesa da vida”, escreveu Luiz Fernando em sua justificativa.
“Não se pode mais tolerar que além deste e de outros atos praticados pelo deputado, demonstrando claro abuso e falta de lucidez em face de instituições sólidas e respeitadas em todo Estado, país e mundo, cheguem a este nível, mediante clara demonstração de intolerância religiosa, o que não deve ser chancelado por este Poder Legislativo que histórica e combativamente defendeu o estado laico de direito”, escreveu Carla em sua justificativa.
Nesta segunda-feira, Frederico pediu desculpas e afirmou que estava muito nervoso, pois no mesmo dia foi vítima de um assalto que terminou com agressões do criminoso contra o parlamentar. Além disso, relatou problemas que ocorreram no interior.