Diferença entre populações vacinadas no ABC cresce para quase 30%

Santo André já imunizou 67,40% da população com as duas doses (Foto: Alex Cavanha/PSA)

A região iniciou recentemente a segunda etapa da campanha de vacinação contra a covid-19, com a terceira aplicação (dose de reforço). Apesar disso, pode-se dizer que o ABC segue dividido entre as cidades que já imunizaram grande parte da população – com cerca de 70% de protegidos com a segunda dose -, e os municípios que ainda estão atrasados na etapa, com cerca de 40% imunizados. Ao RD, especialistas alertam que, sem cuidados, uma nova onda da doença pode surgir, com outra alta nos óbitos e internações.

Informações das secretarias municipais de saúde revelam que, até sábado (16/10), São Caetano imunizou 70,5% da população (114.752 pessoas protegidas com as duas doses), diferença de 29,72% na comparação com Rio Grande da Serra – cidade com menor esquema vacinal, que garantiu a proteção de 40,78% (21.211 pessoas protegidas totalmente).

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Até o momento, a segunda cidade que mais imunizou no ABC com as duas doses foi Santo André, com 67,40% da população vacinada, seguido de Ribeirão Pires (66,41%); São Bernardo (62,19%); Diadema (57,99%); Mauá (52,28%) e, por fim, Rio Grande da Serra (40,78%). A cidade também aparece em último lugar na listagem de aplicação da primeira dose da vacina, com somente 62,40% da população imunizada, enquanto Santo André aparece em primeiro lugar no índice com 82,62% da população protegida.

Em entrevista ao RD, o médico infectologista do Hospital e Maternidade Brasil, Ruan de Andrade, diz que a diferença entre um índice e outro, a depender do município, é extremamente preocupante, tendo em vista a circulação da variante do vírus Delta, da covid-19. “Este é um momento imprescindível para que a população se imunize, uma vez que mais de 95% dos casos atuais são em decorrência da variante, que está em circulação no Estado”, alerta.

O médico alerta que as doses garantem cerca de 80% de proteção e, por isso, a imunização completa é fundamental para evitar uma nova onda da doença. “A aplicação das duas doses é fundamental e indiscutível para o controle da doença”, afirma. “Observamos um relaxamento natural das pessoas a medida em que se aumentou a cobertura vacinal e isso reflete também na adesão ao uso de máscaras e outros aparelhos de proteção que não deveriam ser deixados de lado”, afirma.

Sem que haja total controle da covid-19 no País, o infectologista alerta para que as pessoas não deixem de se proteger e se vacinar. “Não deixem de tomar a vacina […] Há uma acelerada rápida nos anticorpos e isso aumenta a proteção contra o vírus. Esse é o momento de caminharmos juntos para uma vitória contra o vírus que já mantou tantas pessoas”, diz ao citar que, neste cenário, se faz essencial o papel das prefeituras com buscas ativas para aqueles que ainda não receberam o reforço da do imunizante. “Qualquer relaxamento tem que ocorrer de forma progressiva e gradual, acompanhado dos índices. Fora isso, devemos nos cuidar”, alerta.

Casos

Seis mortes por covid-19 foram registradas em 24h no ABC na última sexta-feira (15) e totalizaram 10.893. A média móvel é 3 óbitos em relação aos últimos 7 dias, uma variação de -63,46% sobre a média de duas semanas atrás, que aponta queda. Nos casos foram mais 321 em 24h na região, que totaliza agora 265.623. A média móvel é de 171 casos em relação aos últimos 7 dias, uma variação de -38,21% em relação à média de 14 dias, que aponta queda.

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