Servidores de diversas categorias realizaram nesta sexta-feira (15/10) um ato em frente ao prédio onde funciona o escritório político do deputado federal Alex Manente (Cidadania), em São Bernardo. O protesto “denunciou” o voto do parlamentar favorável à proposta de emenda constitucional 32/2020, da Reforma Administrativa, na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o texto em setembro último.
Cerca de uma hora de ato, o deputado esteve no escritório e recebeu representantes dos servidores em uma reunião que durou cerca de meia hora. Durante a conversa, o deputado chegou a afirmar, segundo os manifestantes, que sentiu-se “agredido” pela manifestação, e que o ato seria “política, botar cartaz, foto, ‘não volta’…”. Os representantes dos servidores lembraram que “Se votar, não volta” é um slogan usado desde a mobilização contra a Reforma da Previdência tentada ainda no governo Michel Temer, em relação a todos os parlamentares que votam em favor de propostas consideradas pela categoria como “ataques a direitos”.
Os servidores lembraram que a reforma administrativa autoriza contratação de empresas ou organizações privadas para gerir serviços públicos, permite demissões por perseguição política (tendo em vista que hoje o instituto da demissão por maus serviços ou irregularidades já existe), promove a extinção de carreiras e prevê a redução de jornada em até 25%, o que vai afetar diretamente o atendimento à população. “A reforma vai afetar principalmente quem mais precisa, do SUS, das creches, da escola pública”, afirmou Henrique Sales, servidor da Justiça do Trabalho e diretor do sindicato da categoria.
No Brasil, atualmente, cerca de 40% dos funcionários públicos que vão ser afetados pela Reforma Administrativa são professores e profissionais de educação e saúde nos municípios. Juízes, membros da cúpula do Judiciário, políticos e militares estão fora do projeto.