O Procon Santo André registrou aumento de 13% nos atendimentos de reclamações gerais neste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 7.126 chamados foram feitos, e este ano 8.052. Entre os principais motivos estão o crédito consignado e as fraudes de boletos, problemas que têm preocupado a instituição, pois afetam consumidores de toda ordem, como usuários de planos de saúde e quem busca financiamento de veículos.
Os casos têm ocorrido em razão de o consumidor não se atentar e pagar um boleto com credor diferente da empresa, principalmente com serviços de plano de saúde, segundo Doroti Cavalini, diretora do Procon Santo André ao avaliar responsabilidade às operadoras de saúde, em entrevista ao RDtv. “A guarda e responsabilidade desse boleto é da operadora, não podemos empurrar isso para o consumidor, pois é uma ação muitas vezes automática das pessoas”, alerta.
Em 2020 haviam apenas dois casos registrados no Procon sobre o tipo de fraude. Agora, as reclamações são frequentes ao Procon. “É um percentual ainda baixo, mas tem crescido e chama muito a atenção, porque não era assim”, frisa. “Quase não tínhamos reclamação no ano passado, enquanto neste ano já temos um número expressivo, e na maioria dos casos é de idosos”, salienta sem tem números ainda consolidados.
Também com público idoso, os golpes de crédito consignado aumentaram 12% em relação ao ano passado, que era de 9%. Depois da Enel, que lidera as reclamações, é a segunda queixa no Procon Santo André. “A fraude tem aumentado muito. Os idosos são enganados pelos escritórios com aumento de margem e novos empréstimos. Entram em contato com o consumidor para tirar uma foto, que é o consumidor aceitando o empréstimo, e daí cai o dinheiro na conta da pessoa”, detalha.
Enel registra maior taxa de reclamações
O número de reclamações relacionadas à Enel lidera no Procon de Santo André, e ultrapassou as companhias de internet e telefonia, segundo Doroti, ao lembrar que, apesar de apresentarem queda neste ano, com 523 atendimentos em relação a 2020, com 1.188 chamados, as ocorrências são de casos pontuais, relacionados a erros de leitura, inconsistência, parcelamentos sem solicitação e outros.
Doroti Cavalini explica que o número maior em 2020 se deve ao fato de que não houve leitura para toda a população durante 3 meses, mas que o número atual ainda é expressivo nas práticas da concessionária. “Estamos tentando unir forças aqui em Santo André, com a CPI (Comissão Parlamentares de Inquérito) na cidade. Vamos encaminhar para Ministério Público, fazer representação junto à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e tentar parar com essas práticas abusivas da Enel”, completa.