No mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama, especialistas alertam para a necessidade de exames de rotina, mamografia e ultrassonografia como imprescindíveis no combate à doença. De acordo com a medicina, este é o meio mais seguro para um tratamento eficaz, uma vez que o autoexame – apesar de ainda ser importante – não é o mais indicado para detectar o nódulo, já que, muitas vezes, não é conduzido de forma adequada.
Em entrevista ao RDtv, Auro Del Giglio, professor titular de Hematologia e Oncologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), explica que a combinação de exames para diagnóstico seria o mais ideal para tratar os casos. “Ultrassonografia, exame do médico e mamografia, juntos, são muito importantes, já nos casos em que há predisposição familiar, por exemplo, podemos utilizar a ressonância magnética, que é um exame bastante preciso, para detecção de cânceres que podem eventualmente escapar”, explica.
Em casos em que há predisposição familiar, o oncologista indica que mulheres acima de 25 a 30 anos procurem realizar os exames anualmente e para a maioria das mulheres, em que não há incidências na família, os exames sejam feitos de forma anual, a partir dos 45 anos. “Antes disso, as mamas são muito densas nas jovens e isso dificulta a capacidade da mamografia em detectar tumores”, comenta.
Uma das principais motivações para a campanha deste ano é a pandemia da covid-19, que dificultou a ida das mulheres aos especialistas e, por isso, muitos diagnósticos precoces deixaram de ser realizados. “É muito bem vindo o fato de que as coisas começam a se normalizar e que há maior segurança de se proceder a exames para que possamos continuar os diagnósticos”, comenta o médico.
O avanço da ciência é destacado por Auro Del Giglio como uma dos principais ganhos para a área, que com novas medidas para tratamentos mais eficazes podem ser melhor executadas. “Temos tratamento adjuvante, que é após a cirurgia, com o intuito de que a doença não volte ou diminua as chances; o neo adjuvante, que é aquele antes da cirurgia para diminuir o tumor e permitir uma cirurgia menos radical, e agora estamos detectando mutações em determinados gens para tratamentos específicos”, completa.