A Câmara de Diadema rejeitou as contas da Prefeitura de Diadema em relação ao ano de 2018, quando Lauro Michels (PV) era o prefeito. Na sessão desta quinta-feira (16/9), 12 dos 21 vereadores votaram favoravelmente pelo parecer do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) e da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento. Rejeição ocorre mesmo com a tentativa do ex-prefeito em se explicar aos vereadores.
Votaram pela rejeição das contas: Boquinha e Zé do Bloco (Cidadania); Dequinha Potência (PSD); Jerry Bolsas e Cicinho (PSB); Lilian Cabrera, Orlando Vitoriano, Josa Queiroz, Neno e Zé Antônio (PT); Jeferson Leite (PDT); e Pastor João Gomes (Republicanos). Votaram pela aprovação das contas: Cabo Ângelo e Talabi Fahel (PV); Edval da Farmácia (PSDB); Márcio Júnior (Podemos); Reinaldo Meira e Eduardo Minas (PROS); Lucas Almeida e Boy (DEM); e Rodrigo Capel (Cidadania).
Segundo Zé Antônio, presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, o fato da gestão de Lauro não ter alcançado o percentual mínimo de 25% de investimentos na Educação (foram investidos 23,5%) e o cenário encontrado nas escolas do município foram determinantes para a definição do voto, e também uma orientação partidária.
“Quero deixar muito claro que a posição do PT não é uma posição de revanche. Depois de uma avaliação muito precisa do relatório que condiz com a realidade que nós encontramos na cidade a partir de 1º de janeiro e também dos anos anteriores. Tivemos a oportunidade de ouvir o ex-prefeito, sua defesa, mas não fomos convencidos devido aos dados, pelo que trouxe o relatório (do TCE-SP), pela realidade encontrada e por isso essa nossa posição, posição da nossa bancada orientada pela direção do nosso partido”, disse o petista ao final da sessão.
Como indicou o parlamentar, Lauro Michels foi até o Legislativo junto com seu advogado para tentar convencer os vereadores, principalmente levando em conta o cenário político adverso e que acabou quebrando o histórico do Legislativo. A Câmara de Diadema sempre teve como praxe a aprovação das contas dos prefeitos, independente da indicação de aprovação ou reprovação por parte da Corte de Contas.
A última vez que um prefeito teve suas contas próximas de uma rejeição foi em 2013 quando as contas de Mário Reali (PT) chegaram ao Legislativo e foram votadas no mesmo dia do projeto de entrega da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) para a Sabesp (Companhia Estadual de Saneamento Básico). Ambas foram aprovadas após uma forte discussão na Casa de Leis.
Com o resultado, Lauro Michels está inelegível por oito anos e assim está fora das eleições de 2022. Seu nome era cotado para a disputa do cargo de deputado federal. Michels é o terceiro ex-prefeito que têm suas contas rejeitadas pelos atuais vereadores. Atila Jacomussi (Solidariedade/Mauá) e Kiko Teixeira (PSDB/Ribeirão Pires) passaram pela mesma situação.