Após as manifestações do último domingo (12/9), a falta de união na oposição em relação aos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a atenção. Ao RDtv nesta segunda-feira (13/9) o senador Humberto Costa (PT/PE) que defendeu um ato unificado e apresentou a justificativa petista para não participar dos atos convocados pelo MBL (Movimento Brasil Livre). Além disso, relatou os debates no Senado Federal sobre um projeto de sua autoria para aumentar o número de doadores de órgãos no Brasil.
O número de participantes das manifestações contra Bolsonaro, no último final de semana, tiveram um número abaixo do que os protestos a favor do governante no último dia 7 e de outros atos convocados pela oposição anteriormente. Para Costa, o tempo curto para a organização e a falta de conversa entre todos que são favoráveis ao impeachment do chefe da Nação prejudicaram as ações.
“Seria legal se esse evento fosse construído com calma, com mais tempo e com uma maior participação. Nós não temos nenhum problema em participar de qualquer evento, com quer que seja, agora é necessário que haja uma preparação melhor, ficou uma data muito em cima de todos os acontecimentos. O fato de Bolsonaro ter recuado de certa forma contribuiu para que muita gente não participasse. Em relação ao PT, nós não poderíamos participar, porque o ato também era contra o PT”, explicou.
A fala do senador é referente a série de manifestantes que foram com cartazes e faixas com a frase “Nem Bolsonaro, Nem Lula”, dando ao evento um ar de busca por uma terceira via, inclusive contando com nomes que querem tal posto como o governador João Doria (PSDB), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Para tentar unir o bloco, nos próximos dias ocorrerá uma reunião entre: PT, PSOL PCdoB, PSB, PDT, Solidariedade, Rede Sustentabilidade, Novo, PV e Cidadania, e com convites abertos para PSDB e MDB para a organização de outras manifestações contra Bolsonaro em outubro e novembro.
Transplante
Humberto Costa tem um projeto de lei que está em debate no Senado desde 2012 para aumentar o número de doadores de órgãos no Brasil. A ideia é inverter a atual lógica. Para ser doador de órgãos neste momento basta a pessoa declarar abertamente que é doador, sem a necessidade de assinar um documento, mas é necessário que alguém tenha realmente a informação sobre o assunto.
No caso da proposta, todos automaticamente seriam doadores de órgãos. Tal situação só mudaria caso a pessoa indicasse em seu documento oficial (RG, por exemplo) que não é doador. Para o senador, a propositura ainda precisa passar por um debate maior na sociedade, principalmente para esclarecimento da importância deste gesto, principalmente levando em conta a fila de 50 mil pessoas no Brasil que precisam de um transplante.