A alta taxa de suicídio entre jovens traz alerta importante sobre a prevenção e atenção redobrada a quem apresenta pensamentos ou atitudes contra a própria vida. Lembrado neste Setembro Amarelo, a prevenção é destacada como fundamental desde a atenção básica de saúde, em que profissionais da área alertam a necessidade de se atentar e, possivelmente, encaminhar pacientes para a atenção da prática ou tratamento de doenças mentais.
Em entrevista ao RDtv, o médico psiquiatra Cyro Masci reforçou que dados apontam que o suicídio é a terceira principal causa de morte entre os jovens e que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. “A cada 3 segundos alguém tenta tirar sua própria vida. No Brasil, temos mais ou menos 10 mil suicídios por ano e não existe uma única causa, é sempre uma questão multifatorial, seja biológica, psicológica e/ou social, que se unem e acabam nesse desfecho”, comenta.
Com outras saídas para os problemas provisórios que levam pessoas a cometerem suicídio, Masci diz que a busca pela solução definitiva parece ser a única e, por isso, é importante reter o impulso de atentado, que pode durar até 30 minutos. “A primeira estratégia é ganhar tempo. A maioria têm comportamento impulsivo muito marcante e, assim, ao ganhar tempo você ajuda a pessoa a refletir sobre”.
Encaminhar para unidades especializadas na área da saúde mental é outra alternativa para quem enfrenta uma situação como esta, mas caso não seja possível, também é indicado orientar a ida para a rede básica de saúde, em que há profissionais que podem auxiliar no momento de impulso, mas que mesmo assim precisam ser orientados com maior intensidade sobre situações do tipo.
O alerta vem após os assustadores números salientados pelo psiquiatra. “Metade da população que morre por suicídio foi a uma consulta na área de saúde mental dentro do período de 6 meses que antecedeu a morte. Já os que foram um mês antes corresponde a 80%”, diz. “É fundamental que as autoridades sanitárias forneçam instrumentos para que os profissionais da rede básica detectem e encaminhem pessoas com suspeitas”, reforça.
Na hora de ajudar, Masci orienta que é interessante sugerir para que a pessoa exercite falar ao menos três coisas boas que ocorreram em sua vida. “Funciona em larga escala. Podem ser coisas simples, como uma boa noite de sono, alguém que foi gentil […] o principal é recuperar o senso de controle da pessoa que sofre com o transtorno”, orienta. “E também mostrar para a pessoa que todos passam por problemas e que com ela não vai ser diferente, mas existem recursos para enfrentar”, enfatiza.