A Diocese de Santo André investiu na Pastoral Povo da Rua para criar uma rede de solidariedade entre as pastorais e, assim, convidar os fiéis a participarem de ações em prol dos vulneráveis. Em entrevista ao RDtv, o padre Ryan Holke, vigário episcopal para a Caridade Social, e a coordenadora diocesana da Pastoral do Povo da Rua, Jaqueline Pereira, deram mais detalhes sobre a iniciativa.
De acordo com o padre Ryan Holke, o objetivo da Pastoral Povo da Rua é estar presente junto às pessoas em situação de rua. “Através dessa presença e do relacionamento, (queremos) construir projetos de vida, superar a exclusão de todas as formas e passar a viver uma inclusão construída”, diz.
No ABC, a Igreja Católica realiza, semanalmente, um trabalho de entrega de marmitas, cobertores e outros mantimentos para a população em situação de rua. A nova Pastoral visa criar um suporte para que haja maior comunicação entre todos estes grupos, de forma que Igrejas e grupos trabalhem de forma integrada.
Holke explica que o projeto é voltado para as situações em que as pessoas em situação de vulnerabilidade podem se encontrar de maneira geral. “Qual é o acesso que elas têm às entidades de atendimento de saúde, de assistência social, se sofre alguma violência ou agressão por parte do poder público?”, questiona. “Tentamos fazer um monitoramento de tudo isso em tempo real. A Pastoral do Povo da Rua é criada justamente para facilitar esse trabalho”, completa.
A coordenadora diocesana da Pastoral do Povo da Rua, Jaqueline Pereira, ressalta que uma das missões é manter uma presença constante. “Não é só entregar cobertor e comida, mas, através disso, criar laços e começar a construir uma relação com essa população. Só se pode sentir a dor e entender quem são aquelas pessoas quando, gradativamente, com a constância do trabalho, começa a criar um vínculo de aproximação”, afirma. “Essas pessoas costumam ser invisibilizadas. A sociedade só se lembra delas quando faz muito frio, no Natal, ou outra ocasião muito pontual. A Pastoral do Povo da Rua vem para ser presença constante nas ruas”, frisa.
Pereira conta que a primeira etapa será mapear os grupos já existentes dentro da Diocese. Um formulário foi disponibilizado na última semana para que, não apenas as Paróquias, mas também grupos como ONGs ou outras religiões, pudessem ser encontrados. O formulário (que pode ser acessado através do link: clique aqui) ajuda a Pastoral a coletar informações como os dias da semana que esses grupos saem, quantas pessoas eles alcançam, quais rotas e tipo de trabalho são feitos. “A gente precisa saber quanto cada grupo alcança para poder entender se é o suficiente ou se precisamos fazer mais”, destaca a coordenadora.
Jaqueline enfatiza que, dentro de cada município, as realidades são muito distintas e, os serviços oferecidos pela Prefeitura, muitas vezes não alcança parte da população necessitada. “A ideia é que possamos criar, gradativamente, as estruturas dentro de cada uma das cidades, para que a Pastoral Povo da Rua possa ser mais uma ajuda agindo dentro das Prefeituras. A Pastoral deve agir como uma ponte entre a população e o serviço público, além de cobrar as Prefeituras para que as demandas sejam atendidas.