Ribeirão Pires registra alta de 60% nos atendimentos de saúde mental

CAPS Centro promove apoio psicossocial (Foto: Gabriel Mazzo/PMETRP)

No mês de prevenção aos casos de depressão e suicídio (Setembro Amarelo), Ribeirão Pires alcançou patamar considerável no atendimento relacionado à saúde mental em relação a 2019 (ano sem pandemia). A projeção da Secretaria de Saúde é que em oito meses deste ano, o município tenha feito, em média, 3 mil atendimentos/mês, enquanto no ano retrasado, foram feitos 2.800.

Neste ritmo, com crescimento mensal gradativo no número de atendimentos, a estimativa da secretaria é que, ao final do ano, o município alcance média de 4.500 atendimentos mensais, o que representaria crescimento de 60,71% em relação ao ano passado.

Newsletter RD

A coordenadora da Saúde Mental da cidade, Ana Lúcia do Amaral Bueno, explica que este número se dá justamente pela frequência de atendimentos no período. “Os atendimentos nunca foram paralisados e, inclusive, a equipe da saúde mental continua firme no propósito de dar o máximo de apoio possível a quem precisa”, diz.

Em São Caetano, a alta nos atendimentos também foi considerável, passou de 11.489 em 2019 para 13.266 em 2020 e 14.833 este ano (variação de 29,1%). São Bernardo, que atendeu cerca de 208 mil pessoas no ano retrasado, apresentou queda nos atendimentos no ano passado ao reduzir os grupos terapêuticos, chegando a 138 mil pacientes atendidos. Este ano, somente no primeiro semestre, foram cerca de 87 mil atendimentos feitos. Apesar da redução, a prefeitura diz que houve aumento no número de novos casos que chegaram ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial), e permanecem em acompanhamento.

Mauá contabilizou 2,4 mil atendimentos/mês em 2019. No ano passado, os números baixaram para, em média, 2,1 mil e em abril, após início da pandemia e as restrições e protocolos, o número foi para 1 mil pessoas. Já este ano, incluindo atendimentos de demandas de enfermagem e atividades terapêuticas, a cidade chegou a 2,9 mil atendimentos/mês. Em Santo André, no ano retrasado foram realizados 126,5 mil atendimentos, em 2020 o número caiu para 65,2 mil e 40.950 este ano.

O psiquiatra Gustavo Fonseca Amorim, que atua em consultório particular na cidade e em clínica popular na Capital, explica que apesar de algumas cidades, a exemplo de Mauá, contabilizarem baixa no número de atendimentos ao longo do período mais crítico da pandemia, o número de pacientes dependentes da área da Saúde Mental cresceu exponencialmente. “Justamente por conta da pandemia, da crise humanitária e pelas regras de restrição, mais pessoas passaram a desencadear quadros de depressão, ansiedade e outros transtornos”, diz.

Para manter os atendimentos, o Amorim explica que foi necessário que profissionais da área se adaptassem com atendimentos online para não  agravar ainda mais o cenário atual. “Quem já mantinha consultas online/presencial só se adaptou a rotina e outros, que estavam só no presencial, foram para o online. A pandemia obrigou com que esses profissionais se adaptassem, e isso deve permanecer”, afirma. Já as prefeituras, o especialista diz: “Algumas demoraram para desempenhar ações, outras sequer fizeram algo nesse período”, diz.

(Foto: arquivo)

Cresce número de ligações para o CVV

Durante a pandemia, foi registrado aumento no número de ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV) em todo Brasil. Entre os principais problemas apresentados pelas pessoas está a ansiedade e o medo pelas incertezas geradas pela pandemia da covid-19. De acordo com Carlos Correia, voluntário e porta-voz há 23 anos do CVV, foram 3.132.598 ligações no ano passado ante 2.985.598 em 2019.

A média de ligações, segundo o voluntário é de 10 mil ligações ao dia, e é perceptível o aumento da demanda. “O isolamento social fez a procura aumentar e muito, cerca de 5% em relação ao ano retrasado. Para se ter ideia, nem acabamos o ano e já estamos com 2.250.439 ligações atendidas nos centros”, diz.

Ainda de acordo com o voluntário, no início da pandemia as pessoas citavam que um de seus maiores medos era a atual situação e, após isso, o cenário foi mudando. “As pessoas começaram a falar também sobre as incertezas quanto ao retorno das atividades”, afirma o voluntário ao citar a importância das pessoas falarem quais são suas preocupações, como o crescimento da doença, isolamento social e/ou outros problemas gerados pela pandemia.

O Centro de Valorização da Vida atende pelo número 188 – de forma gratuita e 24h. Além disso, o centro atende pelo Chat e e-mail que podem ser acessados pelo site www.cvv.org.br.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes