Assim como o skate, que fez sua estreia como modalidade olímpica em Tóquio, o breaking chegará aos holofotes nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Surgido como uma forma de resistência da população negra e periférica na década de 70, o esporte tem se destacado no Brasil, em especial, na cidade de Diadema. O município tem investido na prática, com a criação de um Comitê Intersecretarial, e visa levar B-Girls e B-Boys (garotas e garotos do breaking, em tradução livre) para as próximas Olimpíadas.
O B-Boy de 22 anos, Gabriel Perez, iniciou no breaking em 2011, na Casa do Hip-Hop. Perez, que hoje é filiado na Federação Paulista de Breaking, conta que os Jogos de Paris se tornaram um objetivo.”Treino todos os dias, tenho trabalhado para isso (participar das Olimpíadas). Desde que surgiu o primeiro rumor de que poderia se tornar uma modalidade, fiquei mais por dentro. Mudei o meu esquema de treinos e fiquei mais focado”, afirma.
Além de dançarina de breaking, Andressa Fernandes, 30, também dá aulas da modalidade. Fernandes, que começou a treinar em 2008, explica que os Jogos representarão mudanças em comparação aos eventos convencionais e promete grandes surpresas. “A forma de julgar que usamos, onde geralmente temos três ou cinco jurados para não dar empate, será diferente. As pessoas que irão julgar nas Olimpíadas deverão estudar muito. Haverá um mecanismo, uma máquina que a pessoa precisará operar para poder julgar. Vai ser bem diferente”, conta.
Antes mesmo do breaking se tornar uma modalidade olímpica, Diadema já contava com representantes e campeões em torneios mundiais. É o que conta Reinaldo Leiva, chefe do serviço de Formação da Secretaria de Cultura. “Foram pessoas que saíram da Casa do Hip-Hop para ganhar o mundo nas competições, mesmo que ainda não como uma modalidade”, relata.
Diadema criou o Comitê Intersecretarial para tratar do breaking, não apenas como uma expressão olímpica, mas também como modalidade esportiva. O Comitê visa dar um maior apoio aos B-Boys e B-Girls, para que tenham ainda mais possibilidades de competir nas Olimpíadas. Mais de 150 pessoas frequentam as oficinas realizadas pela Casa do Hip-Hop e outros centros culturais do município. Todas as atividades são realizadas gratuitamente.
As aulas têm ocorrido de forma online desde o início do ano. A expectativa é de a reabertura dos equipamentos culturais aconteça em setembro, bem como a retomada dos ensaios e aulas presenciais. Há oficinas disponíveis para pessoas a partir dos 7 anos de idade até a maioridade. As incrições foram abertas pela Prefeitura no dia 27 de julho e podem ser realizadas através do link: https://tinyurl.com/OficinasDiadema2021.