Uma pesquisa publicada pelo Conjuscs, da USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul, nesta quinta-feira (19/8), mostrou a importância da fisioterapia cardiorrespiratória após infecção da covid-19. Em entrevista ao RD, a professora e pesquisadora, Adriana Paulino de Oliveira, falou sobre o tema e o trabalho realizado no Ambulatório da instituição, idelizado por ela, junto à professora Laura Maia.
Como apontado pela nota técnica, a covid-19 é uma doença que evolui com alterações no sistema cardiorrespiratório e musculoesquelético. Para que a pessoa infectada retome suas atividades diárias o mais próximo da normalidade, muitas vezes é necessário que o indivíduo passe por uma reabilitação fisioterapêutica.
As atividades variam de acordo com cada paciente: quanto mais grave o quadro apresentado durante o período de infecção, maior será a necessidade do acompanhamento.
Adriana enfatiza que as complicações podem ir de grandes dificuldades na respiração a problemas em absorver o oxigênio. “As sequelas mais comuns são essas, mas temos pacientes que chegam em cadeira de rodas, outros com dificuldade respiratória e que se cansam de andar em um corredor de 50 metros”, diz. “A fisioterapia serve justamente para isso, reabilitamos o paciente e devolvemos uma vida normal ou próxima disso”, acrescenta.
Embora a reabilitação fisioterapêutica seja indispensável para as pessoas que apresentaram quadros de covid mais graves, indivíduos que tiveram quadro mais leve e apresentam resquício de sequela também devem procurar atendimento. “O que fazemos aqui no Ambulatório (da USCS) é justamente isso. Atendemos esses pacientes e, em poucas sessões, tentamos amenizar os sintomas”, diz.
Atualmente, clínicas particulares já oferecem atendimento pós-covid. Há também fisioterapeutas que realizam atendimento domiciliar, em especial, aos pacientes mais debilitados. Para a população que apresenta maior dificuldade em conseguir atendimento, após passagem no Ambulatório pós-covid da Prefeitura de São Caetano, um encaminhamento é feito para o Ambulatório da Universidade. “Temos também alguns pacientes que procuram diretamente a clínica da USCS. Nós fazemos um cadastro e, assim que surge vaga, chamamos esse paciente”, salienta. A Clínica Escola de Fisioterapia USCS está localizada na rua Santo Antonio, 50 – Centro, São Caetano.
A professora destaca o trabalho feito no Ambulatório. Segundo ela, mais de 100 atendimentos foram realizados e o resultados têm sido positivos. “Nós realizamos uma avaliação inicial quando o paciente chega. Daí verificamos o grau de força dos músculos respiratórios e a capacidade funcional (como o paciente reage ao exercício). São feitos testes de caminhada, força muscular, resistência e, assim, verificamos como o paciente está e o sistema que devemos abordar”, explica. “Os pacientes têm melhorado bastante e bem rápido. Tanto que agora começamos a fazer encaminhamentos para a academia da USCS, onde é dada continuidade ao trabalho”, completa.
A orientação para as pessoas que apresentam sequelas é de que procurem a fisioterapia assim que saírem do período de contágio da covid (em média 14 dias após infecção). Adriana conta que, no Ambulatório, um protocolo de atendimento é montado para classificar casos leves, moderados ou graves. A duração da fisioterapia, bem como a quantidade se sessões indicadas, varia de acordo com cada caso.