Em ato realizado na manhã desta quarta-feira (18/08) em São Bernardo, ex-funcionários dos equipamentos de saúde de São Bernardo, que trabalhavam contratados pela FUABC (Fundação do ABC) pediram seus empregos de volta. Os trabalhadores realizaram uma marcha entre a sede do SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Privada e Filantrópica) do ABC, na avenida Pereira Barreto, até o Paço Municipal. Lá encontraram-se com outro grupo de manifestantes, estes servidores municipais, que protestam contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 32 que, no entendimento dos sindicatos, prejudicará os servidores públicos.
O SindSaúde pretendia uma audiência com o prefeito Orlando Morando (PSDB), mas apenas conseguiu protocolar uma carta em que pede uma abertura de negociação entre a prefeitura, através da Secretaria de Saúde, e a FUABC. O documento especifica cinco dias úteis para uma resposta. Por conta dos atos desta quarta-feira, os acessos da prefeitura foram protegidos por guardas municipais. “Não deixaram nem o nosso carro de som entrar no estacionamento, o caminhão teve que ficar na rua”, criticou o presidente do SindSaúde, Almir Rogério, o Mizito. Apesar da presença em grande número de guardas municipais não houve incidentes ou choques. “O pessoal do trânsito até nos ajudou bastante no trajeto, com o objetivo de evitar acidentes”, ponderou o sindicalista.
Na carta protocolada na prefeitura o SindSaúde pede o fim das demissões, a reintegração dos profissionais demitidos, o pagamento dos dissídios e dos retroativos em atraso, além da mudança da jornada de trabalho de 6×1 para 12×36. O sindicato também aguarda uma resposta do Ministério Público do Trabalho que foi informado da situação.
Segundo cálculos do sindicato, cerca de 200 trabalhadores perderam seus empregos nos últimos dois meses. Tanto a prefeitura quanto a FUABC negam demissão em massa e falam na reestruturação do serviço de saúde que resultou em fechamento de postos de trabalho. “A Prefeitura de São Bernardo, por meio da secretaria de Saúde, esclarece que diante da adequação dos equipamentos da rede, houve a necessidade de reorganização dos serviços, com estruturação de processos e fluxos de trabalho, que acarretou na redução do quadro de pessoal, de responsabilidade da organização social contratada pela administração”, disse a prefeitura em nota emitida na terça-feira (17/08). Após o ato a prefeitura confirmou apenas o recebimento do documento com reivindicações e disse que o mesmo “passará por análise das equipes competentes”.
Impedidos de entrar no paço para uma reunião, os manifestantes realizaram atos do lado de fora da prefeitura. Os atos de protesto do SindSaúde e das centrais sindicais contra a PEC 32 se tornaram um só. Estavam representadas a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o SindServ (Sindicato dos Servidores Municiais) de São Bernardo, o Sindicato dos Bancários do ABC, e Sinpro (Sindicato dos Professores) do ABC.