As movimentações políticas visando as eleições de 2022 seguem entre os partidos, mas isso não significa que a antecipação do assunto seja uma unanimidade entre os dirigentes partidários. Ao RDtv nesta quinta-feira (29/7) o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, deixou claro que a decisão sobre o caminho que o partido vai tomar no pleito nacional só deveria ser assunto no próximo ano. Além disso, criticou a reforma política que é debatida no Congresso Nacional.
Juliano considera que a questão não é se esquivar do assunto eleições 2022, mas sim prestar atenção em assuntos mais urgentes, principalmente os ligados à pandemia do Covid-19. “A prioridade de qualquer partido político sério neste momento é lutar para que todos estejam vacinados, é lutar por políticas que combatam a miséria, o desemprego e a informalidade, essa tragédia social em que o Brasil vive”, justificou.
Mas ao ser questionado sobre o pleito, Medeiros deixa claro que no momento a defesa é de que haja uma união nacional da esquerda em torno de um nome, mas sem que haja uma verticalização, ou seja, que obrigatoriamente os apoios sejam mantidos também para as disputas estaduais.
Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) é pré-candidato ao comando do Palácio dos Bandeirantes, porém, Fernando Haddad (PT) não só colocou seu nome na disputa, mas iniciou pelo ABC suas caminhadas de pré-campanha para falar de ações e propostas ao lado de aliados.
Ainda sobre as questões eleitorais, mais especificamente sobre o ABC, Juliano Medeiros quer levar em conta a importância da região e conseguir candidatos a deputado estadual e federal no próximo ano. Toda essa questão será levada em conta no congresso da legenda que ocorrerá virtualmente em setembro.
Reforma políticas
A reforma política será o principal assunto do segundo semestre no Congresso Nacional, principalmente levando em conta que as mudanças precisam ser sancionadas até o final de setembro para que possam valer para as eleições de 2022. Juliano considera que a lista de propostas feitas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), não vão melhorar a situação política do país.
“Essa movimentação liderada pelo pelo Arthur Lira, com o apoio de parte do Centrão, que na verdade são os deputados da velha direita brasileira, essa agenda de reforma eleitoral que o Lira quer passar na Câmara é muito ruim. O nosso sistema político necessita de ajustes, necessita de melhorias”, disse o dirigente partidário que também considera que o ideal é que este debate ocorresse em outro momento, com a participação da sociedade, e não em meio à pandemia.