Um dos grupos para imunização contra a Covid-19 que mais preocupam são as gestantes. A estimativa é que no Estado de São Paulo tenha entre 500 mil e 600 mil grávidas, porém, apenas 230 mil tomaram a vacina. Ao RDtv nesta quinta-feira (22/7), a presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), Rossana Pulcinelli, tirou dúvidas sobe o assunto e reafirmou que as gestantes precisam ser imunizadas rapidamente, pois correm mais riscos de desenvolver a forma grave da doença.
Rossana explica que o corpo da mulher passa por mudanças para suportar a gravidez, principalmente nos sistemas cardíaco e pulmonar, sendo esse último o mais atingido em caso infecção com o novo coronavírus. Os dados no Brasil apontam que as gestantes correm três vezes mais riscos de óbito do que outros grupos.
Assim a necessidade da imunização é cada vez maior, principalmente levando em conta a chegada da variante Delta, considerada mais transmissível. Porém, a orientação incorreta sobre a vacinação contra a Covid-19 está atrapalhando que a campanha seja mais efetiva para este grupo.
“Têm muitas mulheres e médicos que tem orientado que a vacinação só seja feita depois de passado o primeiro trimestre (de gestação), então só depois de 14 semanas. Alguns têm orientado que a vacinação só seja feita depois da vigésima semana, então é muito importante que possamos informar a população de que não, a vacina não tem aumentado, pelo menos o que estamos vendo no Estado, não aumentou o risco de abortamento, não aumentou a mortalidade fetal, não tem nenhuma situação de má formação”, explicou a médica que relatou também que existe uma resistência nas mulheres que estão no início da gestação, mas que a vacinação pode ocorrer sem qualquer problema.
A única mudança no protocolo do Plano Estadual de Imunização (PEI) foi que as grávidas, puérperas e lactantes não estão tomando a vacina da Astrazeneca devido a suspeita de uma reação ainda em investigação de uma gestante. Aquelas que tomaram este imunizante poderão tomar a vacina da Pfizer como segunda dose, ou duas doses da Pfizer ou Coronavac.
Rossana também alertou sobre a necessidade da segunda dose. “Com essa nova variante, a Delta, não dá para ter a imunização adequada com apenas uma dose, é necessário tomar a segunda dose. Se alguém tomou a primeira dose e já passou do prazo para tomar a segunda dose, não tem problema, procure o posto de vacinação imediatamente para completar a imunização. Isso não vale apenas para as gestantes, mas para todas as pessoas”.