Ensino híbrido modifica formação de alunos e professores

O ensino síncrono, ou mais conhecido como híbrido, tem se tornado a opção mais viável para universidades e escolas durante a pandemia da covid-19, em que professores e alunos estão presentes no mesmo horário. Entretanto, o novo formato exige adaptação e formação dos profissionais para as novas ferramentas de ensino, que tem transformado a forma como os conteúdos são repassados aos estudantes.

Apesar dos desafios, as metodologias adaptadas para novos formatos pedem adaptações e novas configurações, conforme destaca Paulo Sérgio Garcia, coordenador do Observatório de Educação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), em entrevista ao RDtv.

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“Não é somente a passagem do que era presencial para o conteúdo a distância. Os professores têm de reelaborar os conteúdos para permitir que as metodologias possam utilizar o material de forma mais dinâmica e existem desafios”, diz. “As salas de aula também estão  sendo substituídas, incluindo as metodologias ativas, baseadas em desafios”, explica.

A troca de informações, trabalhos e provas continuam sendo aplicadas nas salas virtuais, e a universidade tem utilizado a plataforma do Google Meet, com ferramentas que permitem maior interação mesmo que em formato digital. “Estamos adaptando as tecnologias a serviço da pedagogia, da formação de professores, pois a gente não pode perder esse ponto de vista, de que as tecnologias devem estar a serviço dos professores”, analisa.

Por outro lado, as dificuldades que o ensino online carrega, ainda afetam os alunos que precisam ter ferramentas para que haja interação e aprendizado nas aulas. Garcia destaca que este ponto ainda precisa ganhar maior atenção das instituições para que o ensino síncrono se torne realidade para mais pessoas, mesmo que após a volta das aulas presenciais, os estudantes mantenham o ensino híbrido.

“Uma das tendências é que as universidades mantenham os modelos híbridos e diferenciados, evidentemente de acordo com as realidades”, diz. “Alunos, de diferentes instituições, possuem níveis socioeconômicos diferentes e para muitos ainda faltam equipamentos para acompanhar as aulas na modalidade a distância, então há de ter esse cuidado”, salienta.

Formação do professor

Ainda em processo de mudanças no ensino, os professores e futuros profissionais da educação ganharam mais um desafio na formação acadêmica com a questão das aulas online, que de acordo com o coordenador da USCS, precisam ser mais motivadoras aos alunos, com o uso de diferentes ferramentas.

“As universidades estão realizando um movimento grande de formação aos professores, a partir da incorporação de novas narrativas, instrumentos e ferramentas para trabalhar com os alunos”, diz. “Agora, existem novos desafios de motivar os estudantes, de desenvolver o desejo de aprender e de ser professor num ambiente diferente, e isso deve ser acompanhado”, completa.

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