Desde o início da pandemia, quem passa pelo bairro Eldorado, em Diadema, percebe uma nova realidade: mais barracos nas vias públicas e moradores em situação de rua espalhados pelas calçadas. Isso porque a atual situação econômica fez o desamparo crescer e sem assistência do poder público na mesma proporção, o volume de pessoas desabrigadas aumentou.
Uma moradora da rua Ciprestes, que preferiu não ser identificada, conta que desde o ano passado percebeu um aumento significativo no número de pessoas em situação de rua. “Sempre teve muito morador de rua por aqui, mas de um ano pra cá o volume aumentou demais, com gente nas calçadas em quase todas as ruas do bairro, de dia e de noite”, conta. “O pior de tudo é que quase nunca vemos alguém da Prefeitura por aqui prestando algum tipo de suporte”, diz.
Segundo a reclamante, na mesma proporção em que o número de pessoas desamparadas cresce no bairro, o lixo deixado nas vias também aumenta e não há quem limpe. “Com o tanto de pessoas espalhadas por aqui, logo, o volume de lixo deixado também é imenso. É uma mistura de lixo orgânico com garrafas, o que eles trazem dos lixões, fora a sujeira que deixam por não terem um banheiro para ir, tudo misturado”, enfatiza.
Somente este ano, até o dia 5 de março, a Prefeitura de Diadema diz ter realizado uma pesquisa em 18 pontos de concentração da cidade, sendo identificados um total de 137 usuários em situação de rua e destes, 115 abriram diálogo com as equipes da SASC (Secretaria de Assistência Social e Cidadania).
Para acolher a população, oferecem o Centro Pop – Centro de Referência Especializado para a Pessoa em Situação de Rua, que atende, em média, 200 pessoas na Av. Antonio Piranga, 1088 – Centro. No local é oferecido atendimento técnico, transversal, intersetorial e integrado e viabiliza, assim, o processo de saída das ruas. O Centro possui ainda educadores sociais, espaço de convivência, lavanderia, oficinas, canil, além do acompanhamento psicossocial previsto.
Especialmente no bairro Eldorado, a administração diz, em nota, que “vem investindo nas políticas públicas direcionadas a este público”, como ampliação na oferta de serviços, realização do Censo Pop, implantação do Comitê Intersetorial Pop Rua, realização da Operação Inverno, definição de fluxos e protocolos intersetoriais com outras secretarias.