O Sesc Santo André celebra o mês do orgulho LGBTQ+, comemorado mundialmente em junho, com a continuidade do projeto À Minha Mãe e ao Meu Pai, com Orgulho, atividade que aborda o acolhimento e aceitação de identidade nas famílias, mas que desta vez também passa dar voz as mães, que se manifestam sobre as experiências obtidas com a identidade dos filhos, por meio da ação A Voz das Mães.
Em entrevista ao RDtv, Fábio Justino, educador em tecnologias e artes do Sesc Santo André, e Ana Paula Cesquin, integrante da ONG Mães Pela Diversidade, falam sobre a ação em conjunto que, além do mural já exposto na unidade e de forma digital, terá a exibição de Panthera Lemniscata, performance de Márcia Pantera com direção de Felippe Moraes no dia 28 de junho, às 19h.
“A ação parte de relatos de pessoas que contam sobre o momento que se assumiram para a família, e a partir disso geramos alguns projetos, o principal que é o mural, uma programação relacionada celebrando a identidade LGBTQ+, e também atividades que buscam entender a construção dessa identidade”, explica Justino.
De acordo com o educador, a ação, que começou em outubro de 2020, aconteceria de forma presencial, mas por conta da pandemia da covid-19 teve que ser remodelada para o virtual, o que possibilitou maior alcance. “A adesão foi surpreendente, conseguimos atingir pessoas que não conheciam Santo André ou a unidade do Sesc […] os relatos foram, particularmente, como esperava, tivermos realidades de todo tipo, mensagens de aceitação e de violências”, comenta.
A Voz das Mães traz histórias de mulheres que integram a ONG Mães pela Diversidade, presente há mais de 1o anos em quase todo o Brasil, com trabalho de acolhimento e apoio às mães de pessoas LGBTQ+. “Muitas vezes a família também enfrenta dificuldades. Acho que o grande medo no Brasil é da violência, como vai ser o futuro do LGBT, e a ONG entra justamente nessa parte, para trabalhar o psicológico da família com uma equipe especializada no acolhimento e na integração”, explica Ana Paula.

A integrante da organização ainda comenta que muitas famílias precisam de apoio de formas diferentes, já que o repertório de cada uma não é igual, e o mesmo ocorre com os filhos, que têm repertórios diferentes das realidade dos pais. “Existem muitos graus de aceitação, lutamos muito para que seja de uma forma acolhida, se você pai conseguir tirar um pouco dessa expectativa que tem em relação ao outro, a gente sempre fala que e importante entender que o filho é o outro, ele não é você, e por mais que você tenha idealizado algo ele tem outro repertório de vida”, completa.
Toda a programação, histórias e trajetória do projeto, com crónicas produzidas pelos participantes, além de vídeos dos depoimentos, podem ser acessados pelo site medium.com/comorgulho.