A Câmara de São Caetano aprovou nesta terça-feira (8/6) a criação de uma Comissão de Ética para apurar a participação da vereadora Bruna Biondi, do mandato coletivo Bruna Mulheres por mais direitos (PSOL), na ocupação do CRAS (Centro de Referência à Assistência Social) no bairro Fundação, na semana passada. O requerimento pedido pelo líder de governo, Gilberto Costa (Avante) causou polêmica e preocupação por parte dos parlamentares que consideram que tal ato pode ser usado contra quem estiver na oposição.
Gilberto deu como base de sua justificativa a apuração sobre a ocupação no CRAS, com os relatos de agressão ao secretário de Segurança, Jorge Salgado, e a integrantes da Secretaria de Comunicação, e levando em conta a presença de Bruna no local durante a situação.
Por sua vez, Bruna relatou que estava no local pedindo calma ao grupo que ocupou o CRAS e que apoiava a entrada na Justiça para resolver a situação, porém, não foi ouvida, conforme seu relato durante o debate sobre o requerimento.
Quase todos os parlamentares debateram o assunto, a principal dúvida era sobre a real possibilidade da criação de uma Comissão de Ética no Legislativo que não possui um Código de Ética, porém, a maioria dos vereadores entenderam que tal situação poderia ser enquadrada como Comissão Especial.
Houve muito bate-boca sobre uma suposta acusação de que Bruna auxiliou ou mandou que fosse feita a depredação no local. Outro ponto de debate é sobre a possibilidade desta comissão ser compreendida como um “tribunal de exceção”, algo negado por Gilberto Costa que considera não se pode deixar passar o que ocorreu no último final de semana, que segundo suas informações, também envolveram pessoas que não eram moradores do Di Thiene que desabou há exatos dois anos.
Sem o regramento claro no regimento interno, não é possível afirmar ainda quantos membros está comissão terá e qual será o prazo para apresentação do relatório final, algo que será decidido nas próximas semanas. Bruna afirmou que entrará na Justiça contra a formação deste grupo.