Coleta seletiva, reciclagem, destinação. Essas são algumas palavras que fazem parte do dia a dia do ABC e não apenas a cada 5 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Apesar do tema ser parte fundamental dos debates regionais, inclusive sendo ponto pacífico para a criação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, os sete municípios seguem com cenários totalmente diferentes na hora de realizar a coleta dos resíduos sólidos.
Ribeirão Pires é a cidade com maiores diferenças no sistema em comparação com as demais. O município conta com a coleta porta a porta realizada com dois caminhões, um da Prefeitura e outra da cooperativa de catadores, a Cooperpires. Assim alguns bairros (não especificados à reportagem) são atendidos semanalmente e outros por agendamento com a Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Urbano.
De todos os resíduos recolhidos, apenas 1% é separado e comercializado pelos catadores. No ano passado, a média de lixo enviado ao aterro em Mauá foi de 2.280 toneladas. Inclusive, das sete cidades apenas Santo André conta com aterro próprio.
Questionada sobre as ações feitas na cidade para incentivar a coleta seletiva, a Prefeitura da Estância Turística informa que realiza “ações disponibilizadas para a população nas redes sociais e também com conscientização em setores públicos. Para isso, conta com equipe de educação ambiental que desenvolve projetos, como para crianças da rede municipal de ensino.
No caso de São Caetano, a responsabilidade está nas mãos do Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental). Para incentivar a coleta seletiva são distribuídos sacos amarelos em todas as residências e os chamados big bags (sacolas grandes reforçadas) em condomínios com mais de 30 apartamentos. Todo o material é direcionado para o Centro de Triagem da Coleta Seletiva, no bairro Prosperidade. No total são 130 toneladas mensais de material reciclável recolhidos na cidade. O sistema é porta a porta e chega a 100% do município, sem a necessidade de agendamento.
Assim como em Ribeirão Pires, os meios eletrônicos são utilizados como formas de estimular e orientar a população sobre a preservação do meio ambiente e de como fazer a separação dos resíduos, além da parceria na área da Educação.
Assim como em São Caetano, em Santo André a responsabilidade pela coleta seletiva é do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Para reciclagem conta com 21 estações para este descarte, além da coleta porta a porta. Com a Prefeitura realiza as ações de incentivo e orientação, como o Moeda Verde (que troca resíduos recicláveis por alimentos) e o Moeda PET (que troca garrafas pet por ração).
Até março deste ano foram recolhidas 424,5 toneladas de resíduos recicláveis e entregues 84 toneladas de alimentos hortifrúti no Moeda Verde. No Moeda PET foram arrecadadas 73 mil garrafas. Além disso, há outras ações, como o Junho Verde. No total a cidade recolhe em média 949,74 toneladas de resíduos recicláveis por mês.
Além do sistema porta a porta para 100% das vias, São Bernardo também conta com 13 ecopontos para entrega voluntária de resíduos para reciclagem. Uma empresa terceirizada é a responsável pela coleta e o transporte do material reciclável para as cooperativas. Segundo a Prefeitura, cerca de 100 cooperados atuam neste serviço.
Mensalmente são recolhidos em média 22.300 toneladas de resíduos, sendo 1.100 tonelada destinada para reciclagem, cerca de 5% do total. Em nota, a Prefeitura diz que tem intensificado ações de educação ambiental, com mini cursos para a população e cartazes em locais de grande movimento. Além disso, são realizadas visitas monitoradas às casas de triagem de materiais recicláveis.
A reportagem entrou em contato com as prefeituras de Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra para tratar do assunto, mas até o fechamento desta edição não houve respostas aos nossos questionamentos.