Três pessoas morreram na manhã desta terça-feira (1º de junho) em decorrência da falta de oxigênio no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André. As vítimas são uma senhora de 80 anos e dois homens de 41 anos, todos internados com covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado confirmou as mortes e afirmou ter instaurado sindicância para apurar o que aconteceu.
De acordo com a Fundação ABC, organização social de saúde gestora da unidade, o Hospital de Campanha Covid-19 do ambulatório identificou que a usina de oxigênio estava inoperante em função de uma possível pane elétrica, no entanto, assim que o problema foi detectado, o responsável pela manutenção da usina foi acionado e conseguiu restabelecer o serviço.
A Fundação sustenta que a usina de oxigênio está em funcionamento há cerca de 10 dias e conta com dois sistemas de backup em caso de eventual pane. O primeiro é uma bateria de cilindros de oxigênio, acionada para suprir imediatamente a rede de oxigênio da unidade. Caso não seja resolvido, o segundo backup é o próprio tanque de oxigênio. “No caso do AME Santo André, estima-se que o tanque tem capacidade para manter cerca de 20 pacientes por até 24 horas”, diz a entidade, em nota.
As primeiras apurações apontam que o segundo backup do sistema, ou seja, o tanque de oxigênio da unidade, não tenha funcionado corretamente e assim, tenha ocasionado a falha no fornecimento de oxigênio dos três pacientes.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, com auxílio de cilindros de oxigênio, porém não houve tempo hábil para atendimento e os três pacientes graves, vítimas da falta de oxigênio no AME, vieram a óbito no local. Em nota, a Fundação lamenta o ocorrido e diz que prestará apoio e solidariedade à famílias.
Declara também ter instaurado sindicância para apurar as responsabilidades, verificar o que de fato ocasionou a pane na usina e as razões pelas quais o sistema de backup, que deveria suportar a rede de oxigênio por 24h, não funcionou corretamente. Já a Secretaria de Saúde do Estado determinou que a Fundação do ABC deve afastar todos os eventuais responsáveis até que os fatos sejam apurados.
A Prefeitura de Santo André lamenta o ocorrido e se indigna que uma grave falha técnica tenha gerado consequências tão devastadoras. “Prestamos solidariedade aos familiares dos pacientes e reforçamos que vamos acompanhar as apurações sobre o ocorrido e cobrar as devidas providências”, diz em nota.