Acusação de fura-fila da vacina “não faz sentido”, diz presidente da FUABC

“Todos os funcionários da FUABC são trabalhadores da Saúde, diz Adriana Berringer

Chegou ao conhecimento dos vereadores de Santo André nesta terça-feira (25/5) as respostas para os questionamentos feitos para a Fundação do ABC (FUABC) sobre o suposto fura-fila das vacinas contra o Covid-19. A Organização Social de Saúde (OSS) nega qualquer problema. A presidente Adriana Berringer afirma que tal acusação “não faz nenhum sentido” e que “os próprios números comprovam isso”.

Segundo a entidade, a lista com 80 nomes assinada pelo reitor da Faculdade de Medicina do ABC, David Uip, acabou dando base para uma “denúncia falsa” sobre a vacinação feita em 20 de abril, no campus do Centro Universitário. A lista alvo da investigação continha sete nomes do administrativo “cujos cargos foram alterados para parecer que eram profissionais assistenciais”. Mas que na verdade “praticamente” todos os 80 nomes eram de áreas administrativas, sendo sete da Fundação e 73 da Faculdade. Os cargos foram descritos de “maneira equivocada”, afirma.

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“Nessa data, mais de 15,6 mil funcionários da FUABC já haviam sido imunizados. Somente no campus universitário, 800 vacinas já haviam sido aplicadas. Mais do que isso, 100% dos funcionários da FUABC são trabalhadores da Saúde e estão contemplados no Plano Nacional de Imunização (PNI), o que já desconstrói qualquer tipo de acusação de fura-fila”, descreve Adriana.

A dirigente afirma que o PNI classifica os trabalhadores da saúde como público prioritário e acrescenta. “Considera-se trabalhadores da saúde a serem vacinados na campanha, os indivíduos que trabalham em estabelecimentos de assistência, vigilância à saúde, regulação e gestão à saúde; ou seja, que atuam em estabelecimentos de serviços de saúde, a exemplo de hospitais, clínicas, ambulatórios, unidades básicas de saúde, laboratórios, farmácias, drogarias e outros locais”.

Ao Legislativo andreense, Adriana reforçou o erro do ofício assinado por David Uip. “A denúncia falsa buscou direcionar o problema na descrição dos 80 cargos para apenas sete funcionários da FUABC, ignorando que trata-se de um erro material no documento todo. Diante dos problemas identificados no documento, a Fundação do ABC, antes mesmo da publicação da primeira reportagem sobre o caso, notificou o Ministério Público e solicitou a retificação dos 80 cargos para o Centro Universitário FMABC, com a inclusão de nomes e demais dados corretos. Apesar do erro material no preenchimento do documento do Centro Universitário FMABC, todos os colaboradores vacinados no dia 20 de abril são trabalhadores da saúde e foram convocados previamente pelo Comitê de Contingência da FMABC, o que comprova que não houve nenhum tipo de ‘fura-fila”.

“Em função de uma denúncia falsa, a Fundação do ABC passou a ser investigada pelas Câmaras Municipais de São Caetano e Santo André, pelo Ministério Público e também é alvo de um inquérito instaurado no 4º DP de Santo André. Apesar do desgaste momentâneo à instituição, tenho certeza de que sairemos dessa história ainda mais fortalecidos. Vamos provar em cada uma dessas instâncias a lisura dos trabalhos de vacinação, dos colaboradores e não restará dúvidas de que a FUABC foi vítima de uma denúncia falsa”, completou Adriana.

David Uip

O reitor David Uip também foi indagado pela Câmara de Santo André sobre o ocorrido, até o momento a resposta foi de que há uma sindicância para apurar o caso e que o resultado sairá em até 90 dias. A mesma informação foi confirmada pela FUABC que também questionou o médico.

Legislativo

Durante a sessão os vereadores chegaram a reclamar sobre a demora na resposta da Fundação do ABC. O presidente Pedrinho Botaro (PSDB) informou que por causa da Covid-19 o protocolo da resposta foi feito via Sedex na última sexta-feira (21/5) e que a digitalização só ficou pronta nesta terça.

Parlamentares como Márcio Colombo (PSDB) chegaram a pedir, no mínimo, o afastamento dos sete funcionários suspeitos de furar a fila da imunização.

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