Bolsonaro aglomera milhares de apoiadores e, sem máscara, critica isolamento

Bolsonaro, acompanhado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ambos sem máscaras, discursa para apoiadores após ‘motociata’ no Rio (Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo)

Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores – todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado – o presidente Jair Bolsonaro (sem pratido) discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo. Ele criticou prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

“Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver”, disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

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“Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher”, afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

“Fique bem claro: o meu exército brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa”, prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção – e, claro, o distanciamento não foi possível.

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

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