Conjuscs aponta Retrofit como opção para imóveis comerciais vazios

Entre as principais consequências da pandemia do Covid-19 está o aumento de escritórios vazios pela região, devido ao home office dado aos funcionários que trabalham em serviços administrativos ou que poderiam ser feitos em casa. De olho nessa mudança o arquiteto e gestor do curso de Arquitetura e Urbanismo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Enio Moro Junior relatou ao RDtv nesta segunda-feira (11/5) a proposta do Retrofit como opção para a ocupação desses espaços, mas com mudanças de função.

Enio Moro Junior deu um breve histórico sobre o Retrofit (Foto: Reprodução)

Retrofit é um modelo de intervenção arquitetônica que visa alterar um local, por exemplo, transformar um consultório em uma habitação ou mesmo em outro tipo de espaço comercial. Tal situação virou hábito na Europa, principalmente na Espanha e na França em que mais da metade dos empreendimentos contam com este tipo de reforma.

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Segundo levantamento da empresa Robert Half, especializada em recrutamento de trabalhadores especializados, nos últimos três anos houve um aumento substancial do trabalho remoto. No Brasil o percentual de aumento foi de 47%, o terceiro maior do planeta.

Levando em conta que existe um déficit habitacional no ABC de 230 mil unidades, segundo o levantamento do Conjuscs (Carta de Conjuntura da USCS), em sua 17ª edição, tal mudança de objetivo desses escritórios poderia encaminhar na resolução mais barata dos problemas habitacionais, mas para isso é necessária uma mudança de legislação.

“Essa nossa base legal para aprovação de projetos, para análise de transformação desses espaços dos escritórios ou de lojas em outras funções ainda é muito restrita, ou seja, se você quer transformar um escritório em uma loja ou em outra atividade você terá dificuldade”, explicou Enio.

O arquiteto considera que seja essencial que a região comece a pensar nessa alternativa, inclusive aproveitando a alteração no Plano Diretor que será analisada neste ano em cada munícipio. Inclusive na Carta de Conjuntura, o especialista aponta que o Consórcio Intermunicipal Grande ABC pode ser o chamariz para iniciar esse debate regional, principalmente levando em conta a possível dificuldade na ocupação destes escritórios com um pós-pandemia que pode manter trabalhadores no serviço remoto.

Veja a íntegra da carta:

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