Levantamento feito pelo RD junto ao site da Receita Federal apontou que o número de microempreendedores individuais na região cresceu 23,2% durante os primeiros 12 meses de pandemia da covid-19. Em março do ano passado, o ABC tinha 147,7 mil MEIs e em março deste ano chegou a 182 mil inscrições.
O maior aumento percentual na região aconteceu em Mauá, com 26,4%, saiu dos 19,2 mil para 24,3 mil inscrições. Na sequência aparece Diadema com uma alta de 23,7% (21.721 para 26.868), Santo André com 23,6% (41.458 para 51.257), São Bernardo com 22,8% (46.234 para 56.811), Rio Grande da Serra com 21,7% (2.045 para 2.490), Ribeirão Pires com 20,2% (6.299 para 7.573) e São Caetano com 18,6% (10.744 para 12.751).
“Por sua vez, a forte expansão dos MEIs, na ordem de 23,2%, entre março de 2020 e março de 2021, decorre claramente do aumento do desemprego (o Brasil atingiu o patamar de mais de 14 milhões de desempregados), bem como das políticas de redução da jornada e salário”, comenta Jefferson José da Conceição, coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS (Universidade de São Caetano do Sul).
Durante o período relatado, o governo federal editou um decreto que permitia a redução de jornada de trabalho e salário, que prevaleceu até o final do ano e que foi retomado a partir deste mês de maio.
Este cenário acontece ao mesmo tempo que houve nova retração nos dados de admissões e demissões na região em março, que deixou o saldo de postos de trabalho em -8.369, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).