A médica infectologista de Santo André, Elaine Matsuda, disse em entrevista ao RDtv, nesta terça-feira (13/04) que o teste rápido de antígeno é eficiente para detectar o novo coronavírus. Até então, somente RT-PCR era dito como “padrão ouro” para diagnosticar a doença, mas após pesquisas de cientistas, foi comprovado que em cerca de 15 minutos, o teste de antígeno é capaz de diagnosticar com equivalência semelhante ao PCR.
De acordo com a infectologista, uma das grandes vantagens do teste de pesquisa de antígeno na secreção nasal é que, diferentemente do teste rápido de anticorpo, este verifica a presença do vírus no momento do teste, quando o indivíduo está transmitindo o vírus. “O PCR procura a presença do vírus no ato do exame, é como se fosse uma fotografia do dia, porém com resultado em alguns dias. Mas hoje, existem opções que vão além, e que podem apresentar resultados imediatos”, explica a médica ao lembrar, ainda, que o PCR pode apresentar falso negativo em até 30% dos infectados.
O teste de antígeno está disponível no mercado desde o ano passado. No segundo semestre de 2020, a infectologista conduziu uma pesquisa e afirma que a testagem apresentou resultados interessantes, com 96% de comparabilidade com o teste de PCR. “Quando se solicita um exame de PCR no sistema público de saúde (SUS), dado o volume, dificilmente o paciente consegue um resultado entre 24h e 48h, mas vem como forma de confirmar o diagnóstico. Diferente do antígeno, em que numa avaliação com 112 pacientes, em até 15 minutos foi possível apresentar resultados efetivos”, esclarece.
Prefeituras aderem testagem
A médica defende também que outra grande vantagem da testagem de antígenos é o custo no mercado, que efetivamente sairia mais barato do que os tradicionais exames de RT-PCR. “O custo de um exame RT-PCR é em média R$ 200, enquanto o exame de antígeno sai por volta de R$ 35, ou seja, um valor extremamente mais acessível”, defende. No entanto, na região, somente duas prefeituras aderiram à tecnologia.
São Bernardo trabalha, desde o ano passado, com detecção de covid-19 em pacientes da rede pública por testes de antígeno, via coleta por Swab. Em nota, a administração informa que os benefícios se dão pela rapidez do resultado, que demora de 2 a 4 horas, no máximo. Já em São Caetano, o uso da testagem iniciou há dois meses nos hospitais municipais, a fim de aprimorar a triagem de pacientes, os direcionando para unidades de isolamento específicas para covid-19.
A partir dessa semana, a Prefeitura implementará os testes nas UBSs e no Programa Disque Corona, com intuito de agilizar o diagnóstico, antecipando a orientação de isolamento domiciliar, rastreamento de comunicantes e acompanhamento clínico-epidemiológico.
Santo André e Diadema descartam
Em Santo André, a administração pública diz que “o município está atento a todas as tecnologias de testagem e está utilizando as mesmas de acordo com as disponibilidades”, enquanto isso, Diadema sustenta que “acompanha o estudo e desenvolvimento de novos testes, tais como o teste rápido antígeno e o de saliva (PCR-LAMP), entretanto, no momento, segue realizando o teste RT-PCR”.
Para a infectologista, o descarte do uso da testagem é um desperdício por parte do poder público. “Não sei porque não utilizam dessa nova tecnologia para a saúde complementar. Pois ainda está na lista da ANS (Agência Nacional de Saúde), no qual há o exame de sorologia, que não serve pra quase nada, na decisão individual, enquanto isso, o teste de antígeno está de fora”, esclarece.
Questionadas, as prefeituras de Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento da reportagem.