Falta de água no Zaíra mobiliza Câmara e Sabesp fala de solução só em 2022

O impasse da falta de água em parte do Jardim Zaíra 4, em Mauá, é um problema crônico. O RD tem mostrado a situação nos últimos dias, pois desde o ano passado as queixas dos moradores, tanto aqueles que têm ligações oficiais e pagam conta de água, como que fizeram o serviço por conta própria, reclamam das torneiras secas em meio a pandemia, quando a água é ainda mais necessária. Os problemas principais são dois, a rede antiga e cheia de vazamentos, que não permite pressão adequada para alcançar os bairros mais altos, e a não regularização de lotes com habitações já consolidadas. Os vereadores de Mauá, Renan Pessoa (Avante) e José Afonso Madeira (Patriota) participaram do RDTv desta segunda-feira (12/04) e estão otimistas quanto a uma solução, mas a Sabesp diz que o atendimento de parte dos moradores pode só chegar em 2022.

A Sabesp diz que tem um cronograma para regularizar até o segundo semestre 5,5 mil ligações. Para as áreas que ainda não estão cadastradas, há compromisso de abastecimento com caminhão pipa e previsão de regularizar até o segundo semestre de 2022. Mas para os moradores não há como esperar tanto tempo. Os dois vereadores informaram que para quem têm conta de água, os caminhões chegam com regularidade para abastecer as caixas quando a rede está seca, mas para quem ainda não consta no cadastro a água entregue por caminhão demora mais. “Para o pessoal que paga o carro-pipa vem com frequência. Já para quem não tem conta a Sabesp entende que não tem nem que mandar. Quem não paga demora 10 a 15 dias para receber água”, diz Madeira.

Newsletter RD

Os problemas atingem mais gravemente uma área específica conhecida como o fundão do Zaíra 4, onde estão as ruas Andorinhas, das Goiabeiras e Manoel Nascimento, além das vielas Tuiuti, Setenta e das Laranjeiras. Nestes locais há ligações oficiais e outras não oficiais.

Demora de 8 a 10 dias

O parlamentar do Patriota, afirma que, em reunião com a Sabesp, responsável pelo abastecimento da cidade, foi informado que, assim que a Prefeitura liberasse, com reconhecimento das localidades como áreas regulares, já poderia fazer as ligações e isso poderia acontecer rapidamente, em poucos dias. “Todo dia estou correndo atrás de caminhão pipa para abastecer essas vielas aí. É complicado. Onde não tem a conta a demora é mais, de 8 a 10 dias. A prioridade é para quem paga a conta. Essas invasões consolidadas, que têm número oficial, que tem a conta, não vejo porque não ter água. Passei a proposta para o governo, assim que der o ‘OK’, isso é obra de quatro dias. O que o morador quer é pagar a água, mas ter o serviço. As pessoas querem é pagar a conta delas”, completa.

Madeira comenta que é um problema que se estende há anos. “Desde a gestão passada é discutida a questão, tive numa reunião com moradores com secretário de governo, Leandro Dias. O vereador comenta que a intenção é regularizar par ter um endereço e ligação de água oficial. Foi enviado ofício na quarta-feira e no sábado a Sabesp estava na rua Manoel Nascimento para consertar vazamento. “Os moradores disseram que segunda, quarta e sexta, está vindo caminhão-pipa, mas isso é um paliativo, não vai resolver o problema de ninguém. Até quando a gente vai aceitar ficar, em plena pandemia, sem água? A gente acredita que nos próximos dias isso vai se resolver”, comenta Renan Pessoa. O vereador reclamou, ainda, do atendimento telefônico da Sabesp. “A funcionária do meu gabinete chegou a ficar 2h20 aguardando atendimento”, aponta.

Sabesp

Em nota enviada ao RD, a  Sabesp informa o contrato com a Prefeitura totaliza R$ 219 milhões de investimentos. Além do valor, serão investidos R$ 113 milhões por meio do Fundo Municipal de Saneamento, total de R$ 332 milhões. “Até o momento, a Sabesp já investiu aproximadamente R$ 1,2 milhão para melhoria das condições de abastecimento no município. As metas contratuais estipulam atender 98% da área atendível, ou seja, áreas definidas em contrato.

As áreas sem abastecimento regular serão contempladas no Programa Água Legal, e os imóveis nessa condição estão sendo mapeados pela Sabesp, uma vez que essa situação ocorre em uma boa parte do município. Já foram mapeadas cerca de 5.500 ligações a serem regularizadas não só no Jardim Zaíra 4, como nos bairros Cerqueira Leite, Jardim Kennedy, Oratório, Paranavaí, Jardim Taquarussu e Pajussara. O início das obras está previsto para o segundo semestre de 2021”.

A estatal informa que as habitações não regularizadas terão acesso à água, porém as obras ainda devem demorar. “O Água Legal visa regularização de ligações de água em áreas informais, de alta vulnerabilidade social, garantindo mais qualidade de vida e cidadania a toda esta população carente. Esse trabalho é feito em parceria entre Sabesp e Prefeitura, para liberação das áreas e início das ações da companhia. A projeção é que todas as áreas abastecidas atualmente por caminhão-tanque sejam regularizadas até o fim do primeiro semestre de 2022”, diz a nota da Sabesp.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes