A prorrogação do contrato entre a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a Metra até 2046 para a exploração do Corredor ABD, 85 linhas intermunicipais de ônibus e o projeto do BRT (Bus Rapid Transit) não agradou o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT). Ao RDtv nesta quinta-feira (8/4) o parlamentar falou sobre os questionamentos ao Governo do Estado ao que considera como uma situação “irregular” pela falta de licitação.
“A Constituição Federal é bem clara ao dizer que é necessário fazer um processo de licitação em uma situação como essa, mas não foi feito. A Metra faz um grande trabalho, mas era necessário ter uma licitação. O Governo do Estado chamou um amigo que já explorava um serviço há 25 anos e deu mais um presente para explorar por mais 25 anos”, disse o parlamentar.
A concessão da Metra só contava até então com a responsabilidade pelas linhas do trólebus que realizam a ligação entre alguns dos municípios do ABC e com a Capital. Com o novo contrato com o valor de R$ 22,6 bilhões, a empresa terá a oportunidade de operar boa parte das linhas da área 5 da EMTU.
Além disso será a responsável pela linha do BRT que ligará a Capital até São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André. Neste caso ainda está fase dos estudos. Chamado de BRT-ABC, a proposta substituiu o projeto do monotrilho da linha 18-Bronze, abortada em 2019 após a verificação financeira feita pela gestão de João Doria (PSDB).
Segundo Teixeira, o Estado terá até o final do mês para entregar as respostas sobre a falta de licitação neste projeto.
Covid-19
Luiz Fernando também criticou a aprovação da maioria da Alesp para o projeto que permitiu que empresas privadas possam comprar vacinas contra o Covid-19 para os seus funcionários. “Estão permitindo que aqueles que podem mais se salvem primeiro, sem uma prioridade na vacinação. O Brasil é o único país do mundo a fazer isso e o estado de São Paulo é o único estado a aprovar essa medida”, reclamou.
O parlamentar também criticou as disputas entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas medidas que foram feitas durante a pandemia, e considera que o Governo do Estado poderia acelerar a vacinação em seu território se tivesse agido com mais rapidez.