A Polícia Civil começou nesta segunda-feira (15/03) a chamar donos de alguns estabelecimentos comerciais e outras pessoas envolvidas na organização das festas de rua conhecidas como bailes funk ou pancadões em Diadema. Entre sábado e domingo (dias 13 e 14/03) enquanto a operação conjunta entre a Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar ocupava a região conhecida como Pombal, no bairro Serraria, e evitou a formação do tradicional pancadão no local, outros registros de aglomerações de jovens ocorreram no Jardim das Nações, no Jardim Canhema e no Jardim Gazuza (veja vídeo). O secretário municipal de Defesa Social, Benedito Mariano, disse que a atuação da Polícia Civil e uma nova estratégia, que vai ser implantada ao longo da semana, vão impedir a formação dos pancadões pela cidade a partir desta semana.
“Neste final de semana os pancadões não foram nem maiores nem menores do que costuma ocorrer. Aconteceu que estávamos no Pombal no sábado e domingo e impedimos a formação do pancadão lá, mas eles ocorreram em outros locais. São pelo menos sete pontos críticos na cidade”, explicou Mariano, que aposta atuação da polícia investigativa como importante aliada no combate às festas de rua, que levam jovens para as ruas em grandes aglomerações. A ocupação de leitos para covid-19 na cidade é de 96%, segundo o boletim epidemiológico divulgado na noite desta segunda-feira (15/03). Ainda de acordo com a prefeitura há 15 pessoas a espera de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“São 45 bares e adegas que de alguma forma contribuem na promoção dos pancadões, além de outras pessoas. O fato é que os jovens que vão para esses locais carecem de opção de lazer, e tem gente ganhando dinheiro com isso. Nós já estivemos em alguns desses locais, notificamos e se estiverem abertos novamente vamos multar ou fechar, pois a partir dessa semana vamos ter um poder de polícia administrativa mais coercitivo”, disse Benedito Mariano.
Já foram instaurados pelo menos quatro inquéritos policiais para apurar o crime de saúde pública. O código penal em seus artigos 267 e 268 – que tratam de disseminação de pandemia e de infração a medida sanitária- prevê prisão de 10 a 15 anos. “Essa ação da polícia judiciária é mais uma estratégia para impedir que os pancadões ocorram. É inaceitável nesse período em que morrem mais de 3 mil pessoas por dia esse tipo de aglomeração. Nós vamos continuar atuando antes que os pancadões se formem, não era possível estar nos sete pontos mais críticos ao mesmo tempo, mas a partir do próximo final de semana isso vai mudar. Já temos esse reforço importante da Polícia Civil, da nossa parte vamos ampliar o contingente, pagar mais horas-extras se for preciso”, disse Mariano.
O secretário de Defesa Social também rebateu críticas de moradores que cobram uma ação repressiva aos pancadões, alguns querem a volta do Tempestade, um caminhão antigo do Corpo de Bombeiros que foi devolvido à prefeitura e apresentado no ano passado como estratégia da gestão anterior de coibir as festas de rua com jatos de água. “O Tempestade também só podia atuar em um único pancadão, ele não diminuiu nada, ao contrário. Nossa estratégia vai ser sempre a de evitar o confronto e agir antes que o pancadão aconteça”, finaliza Mariano.