As redes sociais viraram um dos principais canais de informação do mundo, principalmente com a pandemia da covid-19. Só no Brasil são mais de 230 milhões de contas nos três principais canais: Facebook, Instagram e Twitter. O RD analisou os números das prefeituras e as páginas pessoais dos prefeitos do ABC. Os dados revelam que, apesar do Poder Executivo contar com maior número de seguidores, os chefes de Executivo contam com maior alcance. Só no Facebook a diferença chega a 70% em média.
Na semana mais triste da pandemia, com o aumento do número de casos e mortes no Brasil, e as internações subindo a ponto de deixar a região à beira de colapso, com cidades com 100% dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) ocupados, as redes sociais foram as principais ferramentas na busca de informações sobre o assunto.
Quase todos os prefeitos realizaram lives e divulgaram vídeos curtos para falar de ações, reclamar da falta de investimentos ou mesmo trazer as últimas notícias oficiais, além de replicarem entrevistas para os mais diversos veículos de comunicação. Entre 5 e 12 de março os chefes de Executivo alcançaram 640 mil usuários no Facebook, enquanto as páginas das prefeituras, que contam com publicações de banners, links para os sites oficiais e alguns vídeos, alcançou somente 207,6 mil contas.
A diferença entre o alcance dos dois grupos de páginas do Facebook mostra um caminho contrário ao número de seguidores. As prefeituras contam com mais seguidores no total do que os sete prefeitos, porém três chefes de Executivo contam com mais seguidores do que os respectivos paços: José de Filippi Jr. (PT, Diadema), Paulo Serra (PSDB, Santo André) e Orlando Morando (PSDB, São Bernardo). (Veja a tabela).
Aliás, o Facebook é o principal canal de comunicação nos municípios exatamente por causa das lives e dos grupos de moradores, que geram maior engajamento nas postagens. No Twitter, algumas prefeituras não atualizam suas páginas oficiais há cinco anos. Em relação aos prefeitos, poucos são usuários frequentes. Em São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), por exemplo, o espaço serve para divulgar suas opiniões políticas sobre outros assuntos.
No Instagram as postagens são mais visuais com os pedidos para que os munícipes visitem os sites oficiais ou mesmo sigam os vídeos ao vivo feitos no Facebook. Apesar disso, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e Morando costumam fazer lives também para essa rede quando precisam dar informes mais detalhados, sendo que Serra dá maior atenção aos comentários daqueles que utilizam o Instagram.
Estratégias
Serra, Morando e Filippi são os que mais se utilizam de lives para divulgar informações. Os tucanos chegaram a realizar transmissões diárias no início da pandemia e reduziram a quantidade conforme a quantidade de notícias caía. Atualmente realizam uma transmissão por semana, assim como o petista Filippi, que adota essa frequência desde o início de seu mandato.
Os três usam da técnica de dias e horários fixos. Filippi realiza suas lives às segundas, 20h. Morando realiza às quartas, 19h, e Serra às quintas, 19h. Raramente o tempo de cada encontro virtual ultrapassa uma hora e todos acabam lendo os comentários.
Em Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira também faz transmissões ao vivo, porém, a principal intenção é falar com cada secretário para tratar dos problemas de cada setor. Quando o assunto é covid-19, vídeos mais curtos são adotados como estratégia.
Clovis Volpi, prefeito de Ribeirão Pires, adota o expediente de vídeos curtos, de no máximo cinco minutos, para informar sobre os detalhes. Além disso, compartilha vídeos institucionais da Prefeitura sobre as ações realizadas.
Tite Campanella (Cidadania) segue a linha de seu antecessor, José Auricchio Júnior (PSDB), em São Caetano. Faz vídeos ao vivo apenas na página da Prefeitura, ao lado dos secretários, em sua página vídeos curtos e algumas mensagens institucionais.
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), adota uma estratégia diferente, com fotos e artes sobre as informações que quer passar para a população. Prefere informar por meio de textos.